Da BBC Brasil
Brasília - Aviões da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) fizeram ontem (23) à noite uma ofensiva na capital da Líbia, Trípoli. De acordo com especialistas, foi o maior ataque à Líbia desde março, quando começaram as ações da aliança militar. Alguns dos bombardeios parecem ter alvejado o complexo do líder líbio, Muammar Khadafi, na capital.
O porta-voz do governo líbio, Moussa Ibrahim, afirmou que três pessoas foram mortas nessa operação e 150 ficaram feridas. Segundo ele, as bombas atingiram tropas da Guarda do Povo, formada por voluntários que apoiam o Exército líbio. Ibrahim disse que a maioria das vítimas é formada por civis que estavam nos arredores.
Há registros de 12 a 20 explosões em Trípoli nas últimas horas. Após cada uma delas, era possível observar aviões da Otan sobrevoando as chamas. Os ataques ocorreram depois de um breve período de calmaria. A aliança ataca a Líbia com mandado da Organização das Nações Unidas (ONU), sob o argumento de proteger os civis líbios das tropas do regime de Khadafi.
O bombardeio ocorreu poucas horas depois de o governo francês ter afirmado que mandará, em parceria com a Grã-Bretanha, helicópteros militares para amparar a ação da Otan na Líbia. Os helicópteros permitiriam que as tropas de Khadafi fossem alvejadas com mais precisão.
O jornal francês Le Figaro publicou a informação de que 12 helicópteros teriam sido enviados à Líbia em um cargueiro francês em 17 de maio. Em abril, o maior navio de guerra britânico, o HMS Ocean, partiu do Porto de Plymouth com helicópteros Apache. Mas não foi confirmado se eles serão usados na Líbia.
O secretário-assistente de Estado norte-americano, Jeffrey Feltman, reuniu-se ontem com representantes do Conselho Nacional de Transição, grupo formado pela oposição líbia e que agora controla o Leste do país. A reunião ocorreu em Benghazi, base dos rebeldes, que buscam reconhecimento internacional na tentativa de pressionar o regime de Khadafi.