Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fará hoje (19) por volta das 11h40 (12h40 no horário de Brasília) um discurso cujo principal tema é a crise no Norte da África e Oriente Médio. O objetivo, de acordo com a Casa Branca, é que o discurso seja “completo e abrangente”. A iniciativa ocorre em meio às críticas contra a ação que gerou a morte do líder e fundador da rede Al Qaeda, Osama Bin Laden, no último dia 1º, e aos ataques a alvos civis na Líbia.
Ontem (18), a Casa Branca e o Departamento de Estado norte-americano confirmaram o discurso de Obama exatamente no dia em que o emissário do governo para o Oriente Médio, George Mitchell, foi demitido da função. O discurso era esperado para o começo deste mês, mas foi adiado devido à operação no Paquistão que levou à captura e morte de Bin Laden.
O governo Obama dividiu a opinião pública internacional em decorrência das ações relativas a Bin Laden e ao presidente líbio, Muammar Khadafi, além de outros líderes muçulmanos. As reações ocorrem paralelamente à pressão de manifestantes no Oriente Médio e Norte da África, que cobram liberdade de expressão e política, assim como medidas práticas de democracia.
Desde o fim do ano passado, vários países muçulmanos enfrentam uma série de protestos populares. As manifestações na Tunísia, em janeiro, levaram à renúncia o então presidente Zine El Abidine Ben Ali. Depois, em 11 de fevereiro, foi a vez de o então presidente do Egito Hosni Mubarak deixar o cargo. A Líbia, Síria, o Iêmen e Bahrein seguem em clima de conflito.
Para analistas políticos, Obama responde de forma distinta a cada caso. No Egito, o governo norte-americano defendeu a renúncia de Mubarak, enquanto na Líbia ele apoiou o estabelecimento de uma zona de exclusão aérea para impedir o ataque a civis pelo regime de Khadafi e mostrou-se mais cauteloso em relação ao Bahrein.
Na Síria, Obama propôs e aprovou sanções contra os integrantes do governo de Bashar Al Assad, que reprime com violência os protestos. Organizações não governamentais estimam que cerca de 800 pessoas foram mortas por forças policiais em cidades sírias.
Edição: Graça Adjuto