Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Por mais de 40 minutos, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, discursou hoje (19) na sede do Departamento de Estado norte-americano, em Washington. Obama defendeu a ação militar que acabou na morte do líder e fundador da rede Al Qaeda, Osama Bin Laden, no último dia 1º, no Paquistão, e também os ataques aéreos na Líbia.
Para Obama, era missão do governo norte-americano eliminar o homem que pregava o “genocídio e transmitia a mensagem de ódio”. “Depois de mais de uma década, matamos o líder da Al Qaeda. Ele [Bin Laden] era um genocida. Ele tinha uma mensagem de ódio. Ele insistia que os muçulmamos tinham de levar uma mensagem de ódio. Ele favorecia a violência”, afirmou Obama para uma plateia de jornalistas norte-americanos e estrangeiros, inclusive muçulmamos que usavam os trajes da religião – mulheres com véu e homens cobrindo a cabeça.
Obama afirmou que a presença de Bin Laden representava a antítese de um mundo com perspectivas positivas. “As suas medidas [referindo-se ao líder e fundador da Al Qaeda] não continham os anseios por uma vida melhor. Agora, o povo do Oriente Médio e do Norte da África tomaram seu futuro nas próprias mãos”, afirmou o presidente norte-americano.
No último dia 1º, Obama ocupou cadeia de televisão, nos Estados Unidos, para anunciar a operação coordenada pelas forças especiais norte-americanas que levou à morte de Bin Laden. Depois do anúncio, autoridades norte-americanas informaram que o corpo do líder da Al Qaeda foi jogado ao mar, mas que, antes, houve uma oração de despedida.
A morte de Bin Laden e o fato de o corpo ser lançado ao mar geraram críticas de parte da comunidade internacional e acirraram as reações entre os extremistas muçulmamos. Os contrários à ação afirmaram que o governo dos Estados Unidos deveria ter capturado o líder da Al Qaeda com vida para ser processado judicialmente. Obama não se referiu a esse detalhe no discurso de hoje.
O discurso do presidente dos Estados Unidos ocorreu um dia depois da demissão do emissário do governo norte-americano para o Oriente Médio, George Mitchell. Havia a expectativa de que o discurso de Obama ocorresse no começo deste mês, mas foi adiado devido à operação de captura de Bin Laden. Antes dele discursar, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, fez uma rápida análise sobre a crise nos países muçulmamos.
Edição: Lana Cristina