Governo detalha projeto de R$ 1,6 bilhão para construção de praças multiuso em comunidades carentes

19/05/2011 - 18h49

Alex Rodrigues
Repórter Agência Brasil

Brasília - Representantes das 361 primeiras cidades selecionadas para receber uma das 800 praças dos Esportes e da Cultura que o governo federal planeja criar até 2014 estiveram hoje (19), em Brasília (DF), para conhecer o cronograma de obras do projeto, apresentado pelas ministras do Planejamento, Miriam Belchior, e da Cultura, Ana de Hollanda.

As praças reunirão, em um mesmo espaço, práticas esportivas, atividades culturais e de lazer, cursos de formação e de qualificação profissional, serviços assistenciais e iniciativas de prevenção à violência e de inclusão digital. Por fazerem parte da lista de obras previstas na segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento, vem sendo chamadas de Praças do PAC 2.

O custo total do projeto está estimado em R$ 1,6 bilhão, dinheiro que sairá do Orçamento da União. Nesta primeira etapa, serão implantadas 401 praças nos 361 municípios selecionados em outubro de 2010 e no Distrito Federal, a um custo de R$ 900 milhões.

Como o projeto visa a atender à população de baixa renda, a escolha das cidades contempladas levou em conta aspectos como o déficit de equipamentos culturais, esportivos e de assistência social; a densidade populacional; a complementariedade a obras de urbanização do próprio PAC ou do Minha Casa, Minha Vida; a localização do equipamento em Territórios da Paz do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci).

Os selecionados terão 120 dias a partir de hoje para apresentar os documentos e os projetos básicos à Caixa Econômica Federal, instituição responsável pela liberação dos recursos. A lista dos primeiros contemplados está disponível no site www.pracasdopac.gov.br. Caberá aos municípios administrar e zelar pela manutenção dos espaços.

Há três diferentes modelos de praças. O menor deles, de 700 metros quadrados, será construído em regiões densamente povoadas, onde há pouca disponibilidade de terrenos. Prevê um cinema com 48 lugares, biblioteca, telecentro, centro de referência de assistência social, salas multiuso, pista de skate, equipamentos de ginástica, kit básico esportivo e jogos de mesa.

Já o segundo modelo, de 3 mil metros quadrados, prevê a instalação de um cinema com 60 lugares, quadra coberta, pista de caminhada e todos os outros equipamentos das praças menores. Já o modelo maior ocupará 7 mil metros quadrados onde serão instalados um cineteatro de 120 lugares, telecentro, biblioteca, salas multiuso, centro de referência de assistência social, quadra de areia, entre outros equipamentos.

Ana de Hollanda disse que caberá aos moradores das cidades onde as praças forem construídas “se apropriar da gestão, da ocupação e da programação do espaço” junto com as prefeituras. “Não acredito que elas sejam abandonadas porque vamos envolver a prefeitura, a população, vamos equipá-las. E vários movimentos sociais ligados a pontos de cultura gostariam de usar estes espaços. As escolas vão usá-los”.

Os gestores municipais também demonstraram entusiasmo com a iniciativa. “Eu acho que é o sonho de todos os municípios ser contemplado por esse programa já que iniciativas que promovam a educação e a cidadania por meio do esporte, da arte e da cultura são uma forma de darmos cidadania à população e livrarmos nossos jovens das drogas”, comentou a prefeita de Lavras (MG), Jussara Menicucci (PSDB).

“Nossa expectativa é muito grande, pois estas praças contribuirão para um trabalho que a prefeitura já vinha desenvolvendo para os jovens do município. Acredito que, se os recursos forem liberados rapidamente, dentro de um ano poderemos inaugurar a praça”, disse o diretor do Departamento de Esportes do município de Dias D'Ávila (BA), Nílton Santana.
 

 

Edição: Rivadavia Severo