Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Os protestos organizados ontem (12) por universitários no Chile acabaram em confrontos entre manifestantes e policiais. Apenas em Santiago, a capital chilena, 25 mil pessoas foram às ruas reunindo estudantes do ensino médio, professores e até reitores de universidades. Os manifestantes reivindicam mais investimentos em educação e garantias de acesso dos pobres ao ensino. No Chile, o ensino superior é privado, não há universidades públicas.
Segundo informações da rede estatal de televisão do Chile, TVN, apenas em Santiago, 69 pessoas foram presas durante o protesto que durou todo o dia ontem. Houve ainda momentos de tensão em Concepción e Valparaíso. Em Concepción, uma estudante foi atingida na cabeça por uma bomba de gás lacrimogêneo. As manifestações se estenderam pelas cidades de Iquique, Serena, Valdivia e Puerto Montt.
A presidenta da Federação de Estudantes do Chile, Camilla Vallejo, afirmou que as manifestações têm o objetivo de alertar o governo sobre a necessidade de “recuperar o ensino superior” no país. De acordo com ela, se as ações públicas não se efetivarem, mais protestos serão organizados em todo país.
O ministro da Educação do Chile, Joaquín Lavín, afirmou que o governo pretende promover reformas no ensino superior, assim como fez com os ciclos básico e médio. Ele condenou a forma como os estudantes organizaram os protestos. Segundo o ministro, no Chile há 1,1 milhão de universitários e os mais necessitados não foram às ruas ontem.
Em nome da entidade que representa os professores do Chile, Raúl de La Puente, defendeu as manifestações em todo país. Segundo ele, as reivindicações são justas e devem obter respostas do governo.
Edição: Lílian Beraldo