Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A informação divulgada hoje (10) pelo Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS, na sigla em inglês) que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, prometeu enviar, em 2007, US$ 300 milhões às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) foi tema da reunião dos chanceleres Antonio Patriota, do Brasil, e Nicolás Maduro, da Venezuela. Os dois ministros se reuniram no Palácio do Itamaraty. Patriota minimizou a conclusão do relatório e afirmou que o importante é o avanço das relações entre Venezuela e Colômbia.
“O que é importante sublinhar aqui, e que o chanceler Maduro sublinhou, é o novo ambiente de entendimento entre Colômbia e Venezuela, pois houve extradição de lado a lado, independentemente da pressão interna para que não ocorresse. Esse clima é que muito importante para que trabalhemos para a integração regional”, afirmou Patriota.
Pelo estudo divulgado hoje, com base no material apreendido com o ex-líder das Farc Raúl Reyes, constam ainda informações que o presidente do Equador, Rafael Correa, recebeu dinheiro da guerrilha durante a campanha eleitoral de 2006.
Na conversa com Patriota, Maduro levantou assuntos sobre o relatório do IISS. De acordo com ele, havia dados no documento que tentam levantar dúvidas sobre a atuação do governo do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, na comunidade internacional.
Maduro evitou opinar sobre o relatório tanto na reunião com Patriota, como na entrevista coletiva concedida após o encontro, no Itamaraty. Mas, segundo o chanceler, os esforços de Venezuela e Colômbia são para “buscar um entendimento” para obtenção de acordos bilaterais. Porém, ele reconheceu que os dois países sofrem pressões das respectivas oposições políticas, que discordam das negociações.
Maduro mencionou a extradição ocorrida ontem (9), quando o governo do presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, extraditou o suposto narcotraficante venezuelano Walid Makled para o país de origem, em uma ação que reforçou o atual bom momento das relações entre os dois países. A entrega de Makled era uma promessa de Santos a Chávez, feita mesmo com a pressão dos Estados Unidos, que também queriam receber o preso.
Edição: Vinicius Doria