Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – A terceira edição da Festa Literária de Pirenópolis (Flipiri), que começa na próxima quarta-feira (11), quer mostrar que é possível promover a inclusão das pessoas, nos âmbitos social e cultural, por meio da leitura.
O secretário municipal de Cultura de Pirenópolis, Gedson Edmar de Oliveira, explicou que a Flipiri não tem por objetivo vender livros e, sim, formar leitores. “Não é uma feira literária. É uma festa literária. E, a cada ano, nós estamos formando leitores e bibliotecas nas escolas e nos povoados, fomentando a leitura e fazendo de Pirenópolis e região uma cidade de leitores”.
Segundo Oliveira, nesta edição, foi feito um trabalho direto com 5,6 mil alunos da rede pública de ensino e com os professores das escolas municipais e estaduais, incluindo a sede do município e mais dez povoados situados na zona rural. Os alunos receberam previamente livros de escritores que estarão na festa e estão, agora, recebendo a visita deles nas escolas, para os quais apresentam releituras das obras, leituras dramáticas e encenações teatrais.
A inclusão dos moradores da zona rural e do entorno da cidade vem sendo promovida ao longo das últimas edições, de acordo com o secretário de Cultura. Segundo Oliveira, a organização da Flipiri vem, inclusive, recebendo pedidos de municípios vizinhos, entre os quais Jaraguá, Corumbá de Goiás e Alexânia, para serem incluídos na festa. “É uma festa que está crescendo para os lados. Em vez de buscar o glamour, a mídia, a gente está crescendo para os lados e com a construção sendo realizada com a sociedade”.
Oliveira ressaltou também que a Flipri não é um evento que usa o município apenas como cenário. “Ela [a festa literária] é planejada durante todo o ano juntamente com os professores, os gestores e os fazedores de cultura da cidade. Ela fica com a cara da cidade”.
A expectativa é que a Flipiri, que este ano vai homenagear a poetisa Cora Coralina, receba cerca de 20 mil visitantes. O evento se estenderá até o domingo (15) e deverá contribuir também para movimentar a economia da cidade, conhecido destino turístico do estado de Goiás, localizado a cerca de 140 quilômetros de Brasília. A festa contará com a presença de 46 escritores da própria cidade, de Brasília, Goiânia, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.
A programação é inteiramente gratuita e inclui apresentações teatrais e musicais, saraus, contadores de histórias e bate-papos. A festa ocupa vários espaços da cidade, como o Theatro de Pirenópolis, o Cine Pireneus, o Museu do Divino, a Praça da Leitura, as ruas do centro histórico e alguns restaurantes.
A festa contará com a presença de escritores e amigos de Cora Coralina e de estudiosos de sua obra, que farão a leitura de trechos de seus poemas, contarão histórias e participarão de bate-papos com os visitantes da Flipiri. Algumas presenças já foram confirmadas como a do neto da poetisa, Paulo Salles; da presidenta da Associação Casa de Coralina, Marlene Vellasco; do escritor, médico e amigo de Cora, Heitor Rosa; e do escritor goiano Elder Rocha Lima. O poeta e cordelista João Bosco Bezerra Bonfim lançará, na festa, um cordel feito em homenagem a Cora Coralina.
Esta edição da Flipiri tem o apoio financeiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que considera a feira uma oportunidade de democratização do acesso à cultura.
Edição: Lana Cristina