Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – A construção de novas usinas nucleares e a localização dessas unidades será definida somente no novo Plano Nacional de Energia, editado em 2007 pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) com horizonte para 2030 e cuja revisão, já em curso, trará o planejamento para até 2035.
Segundo o assessor da presidência da Eletronuclear, Leonam dos Santos Guimarães, o eixo de prioridades estabelecido inicialmente para o Nordeste poderá sofrer alteração. “O Plano Nacional [de Energia] 2030 falava no Nordeste. Acontece que ele é de 2007. De 2007 para cá, o setor elétrico mudou muito. Houve muitos leilões. O Plano [Nacional de Energia] 2035 deve incorporar essa realidade e nos indicará qual é a região para a gente poder pegar as áreas candidatas e aprofundar os estudos”, explicou.
A Eletronuclear, de acordo com Guimarães, já procedeu à identificação de áreas candidatas no país para construção de usinas nucleares. São ao todo 40 sítios mapeados que apresentam características favoráveis para a construção de novas centrais nucleares. Conforme os primeiros estudos da Eletronuclear, quatro estados não poderiam abrigar usinas nucleares: Acre, Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul e Paraíba.
Guimarães, que participou hoje (27) de seminário no Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef), disse ainda que a geração elétrica nuclear no Brasil pode vir a contar com parcerias privadas. A lei brasileira proíbe a operação direta de usinas nucleares pela iniciativa privada. Mas uma participação minoritária, na avaliação do assessor da Eletronuclear, seria interessante.
Ele acredita que a parceria com o setor privado na área nuclear poderia trazer vantagens em termos de agregação de conhecimento e investimentos. “Amplia a capacidade de montar uma operação financeira para financiar a expansão [com a participação de parceiros]”. Guimarães lembrou ainda que companhias internacionais com experiência na construção e operação de usinas nucleares já atuam no setor elétrico, no Brasil. “Elas poderiam agregar, sob o ponto de vista tecnológico e de gestão específica”, avaliou.
Edição: Lana Cristina