Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A taxa de desemprego nas regiões metropolitanas de São Paulo, Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador e do Distrito Federal ficou em 12,1% em março, ante 10,5% em fevereiro, de acordo com a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Segundo a PED, no mês passado havia 2,4 milhões de pessoas desempregadas, 133 mil a mais do que em fevereiro. Foram eliminados 207 mil postos de trabalho e saíram da população economicamente ativa (PEA) 73 mil pessoas. O total de ocupados nas sete regiões chegou a 19,4 milhões de pessoas.
A taxa de desemprego cresceu em Salvador (de 14,3% para 15,7%); São Paulo (de 10,6% para 11,3%); Fortaleza (de 8,6% para 9,3%); Belo Horizonte (de 7,8% para 8,5%) e no Distrito Federal (de 12,7% para 13,4%). Em Porto Alegre, manteve-se estável (de 7,3% para 7,4%), assim como em Recife, que repetiu a taxa de 13,9%.
A ocupação caiu em todos os setores analisados. No setor de serviços foram eliminadas 56 mil vagas (queda de 0,5%). No comércio, foram 52 mil vagas a menos (1,6%); enquanto o agregado "outros setores" perdeu 37 mil vagas (2,4% a menos).A construção civil, que utiliza mão de obra de forma intensiva, cortou 31 mil postos de trabalho (menos 2,4%), enquanto a indústria em geral perdeu 31 mil vagas (-1%).
O rendimento médio dos trabalhadores caiu 3,1% no Distrito Federal; 1,3% em São Paulo; 1,2% em Porto Alegre; e 0,4% em Salvador. Houve aumento em Belo Horizonte (1,4%), Recife (0,5%) e Fortaleza (0,5%).
Entre março de 2010 e o mês passado, o nível de ocupação nas sete regiões metropolitanas aumentou 2,6%, com a criação de 486 mil vagas. Nesse período, o nível de ocupação cresceu nas regiões de Recife (7,5%), Salvador (4%), Fortaleza (3,4%), Porto Alegre (3%), São Paulo (2,6%) e do Distrito Federal (0,8%). Em Belo Horizonte, houve queda de 1,7%.
O economista do Dieese Sérgio Mendonça disse que o aumento do desemprego em março já era esperado, pois é um movimento típico do período. “Normalmente, nessa época do ano, há uma redução do nível de ocupação, o mercado não gera muitos postos de trabalho e isso acaba significando uma elevação do desemprego, principalmente nos quatro primeiros meses do ano. A partir daí se espera uma queda no desemprego”.
Mendonça afirmou que a economia brasileira está desaquecendo, mas sem impactos negativos no mercado de trabalho. “Para saber qual o tamanho do desaquecimento e seu reflexo no mercado de trabalho vamos ter que esperar mais. Tudo indica que estamos crescendo a um velocidade menor e continuamos tendo reflexos positivos na geração de emprego”.
Sobre a redução do rendimento do trabalhador, Mendonça disse que é provável que a inflação tenha influenciado. “A inflação, quando acelera, corrói os rendimentos. O mais provável é que a queda do rendimento nesse período tenha sido em função da elevação da inflação”.
Edição: Vinicius Doria