Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Centenas de fiéis lotam a Igreja de São Jorge, no Campo de Santana, centro do Rio de Janeiro, desde o início da manhã de hoje (23) para homenagear o santo. Mesmo com a transferência da tradicional alvorada para as 5h deste domingo (24), os devotos acompanham do lado de fora do templo as orações conduzidas por padres. Eles enfrentam uma enorme fila, sob sol forte, para entrar na igreja e ofertar flores ao padroeiro do Rio de Janeiro.
Vestindo blusa, acessórios vermelhos e calça branca, a advogada Elizabete Portela, foi pelo sétimo ano consecutivo levar sua oferenda. “Eu sempre venho porque tenho fé nele [São Jorge], sou devota dele. Já alcancei muitas graças e não poderia deixar de vir”, afirmou.
A auxiliar de produção Evelyn Pinto diz que comemora a data e aproveita para lucrar vendendo flores vermelhas aos fiéis. Há cinco anos, ela monta uma barraquinha em frente à Igreja de São Jorge, no centro. “Dá para faturar muito. Se a gente investir R$ 100, no fim do dia chega a ter um lucro de R$ 700. Depende da disposição de ir ao mercado comprar mais flores. Só na manhã de hoje, a minha irmã já foi quatro vezes para reabastecer”, disse.
De acordo com a prefeitura, por causa da coincidência da data religiosa com a Semana Santa, as igrejas não celebrarão missa e comunhão neste sábado (23) até as 17h30. A festa, no entanto, foi mantida, com adaptações, em diversos pontos da cidade, como a Igreja Matriz de São Jorge, em Quintino, zona norte; e no Largo do Bodegão, em Santa Cruz, zona oeste, com a tradicional cavalgada.
A história de São Jorge é de conversão. Militar do Império Romano que optou pelo cristianismo, Jorge da Capadócia foi decapitado por ordem do imperador Diocleciano. Ele morreu aos 23 anos, no dia 23 de abril, por professar sua fé cristã. De acordo com a igreja católica, o culto ao santo foi trazido ao Brasil pelos portugueses, sobretudo por dom João I, que decretou, em 1387, a obrigação de levar a imagem de São Jorge nas procissões de Corpus Christi.
Edição: Talita Cavalcante