Jorge Wamburg
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Os 204 casos de trabalho escravo registrados no país, no ano passado, representam uma redução de 15% em relação a 2009 e envolveram 4.163 trabalhadores (menos 32%), dos quais 2.914 foram libertados. Em 2009, houve 240 casos, com 6.231 trabalhadores envolvidos e 4.283 deles libertados. O número de menores escravizados também caiu, de 108 para 66 de um ano para o outro.
Os dados são do relatório Conflitos no Campo Brasil 2010, divulgado hoje (19) pela Comissão Pastoral da Terra (CPT). Houve registro de trabalho escravo em 20 estados, sendo o Sudeste a única região em que houve aumento desse crime, de 21 em 2009 para 28 em 2010, um aumento de 33,3%.
No Espírito Santo, o aumento ficou em 75% (de quatro para sete casos); em Minas Gerais, cresceu 85,7% o número de casos (de sete para 13); e no Rio de Janeiro, o aumento ficou em 20% (de cinco para seis casos).
Em números absolutos, conforme o relatório da CPT, o Pará registra o maior número de casos (73), seguido do Maranhão (18), de Mato Grosso (17), Goiás e do Tocantins (cada um com 15) e de Minas Gerais (13). O Pará também ocupa o primeiro lugar no número de trabalhadores escravizados (1.522 e 562 libertados), seguido de Minas Gerais (511, todos libertados).
De acordo com o relatório, “o avanço do trabalho escravo nas regiões mais ricas e desenvolvidas do país mostra que o capital lança mão de relações de trabalho, que se diziam extintas, para auferir lucros cada vez maiores”.
Edição: Lana Cristina