Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A entrada de turistas estrangeiros no Brasil deverá crescer, este ano, entre 6% e 7%, aumentando o ritmo nos anos seguintes, disse hoje (15) o presidente da Embratur, Mário Moysés, após abrir o Brazil International Tourism Exchange (Brite) , no Rio de Janeiro. “Há um interesse maior pelo Brasil nos últimos anos, não só como destino turístico, mas porque a inserção do país no mundo também aumentou. E isso tem impacto no turismo”, explicou.
Segundo Moysés, as companhias aéreas nacionais e estrangeiras estão oferecendo mais voos e maior variedade de destinos. Empresas como Alitalia e Lufthansa retomam este ano os voos da Europa para o Rio de Janeiro. A Emirate (dos Emirados Árabes) anunciou também que a partir de 3 de janeiro de 2012 começará a operar a linha para do Oriente Médio para o Rio de Janeiro. “Esse é um elemento importante para o crescimento: aumentar a oferta de voos”.
O problema, para Moysés, é o real valorizado, que deixa o Brasil caro para os turistas estrangeiros. “Temos um desafio com o câmbio, que torna os preços dos produtos turísticos brasileiros mais elevados. Além disso, o mercado doméstico muito aquecido acaba gerando um patamar de preço mais elevado”.
Para concorrer no mercado internacional, diante dessa conjuntura, Moysés destacou que é preciso mostrar um produto agregado turístico de maior valor. Isso envolve tradições culturais, gastronomia, artesanato, música e aspectos regionais. ”Com mais conectividade e melhoria de infraestrutura, isso vai permitir que a gente atraia mais turistas”.
Quanto aos hotéis, Moysés lembrou que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tem uma linha de crédito especifica para o setor, com taxas especiais. O setor privado está investindo mais na área de hotelaria. Na prefeitura do Rio de Janeiro, o presidente da Embratur foi informado que está projetada a oferta de 3 mil novos quartos para a Copa de 2014. “E a programação da expansão é 10 mil apartamentos novos até 2016”.
Em São Paulo, o parque de 42 mil quartos está ficando pequeno. “É um bom problema, sob o ponto de vista de que você tem um crescimento muito forte e precisa responder a ele”. Advertiu, porém, que esse é um negócio privado da hotelaria. Cabe ao governo fomentar e criar condições de financiamento e outros incentivos ao setor. “E a resposta do setor privado está começando a aparecer, principalmente aqui no Rio de Janeiro e em outras cidades brasileiras que estão precisando de mais hotéis”.
Edição: Vinicius Doria