Da Agência Brasil
Rio de Janeiro – A Operação Blecaute, deflagrada na manhã de hoje (13), é o começo das ações de combate às milícias no município do Rio de Janeiro, disse o secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame. A operação resultou na prisão do vereador Luiz André Ferreira da Silva (PR), o Deco, apontado como o chefe do grupo que atuava em 13 comunidades, localizadas nos bairros Praça Seca, Campinho, Tanque, na zona oeste, e Quintino Bocaiúva, na zona norte. A polícia também prendeu mais dois milicianos.
“Temos que dar continuidade [ao combate às milícias]. Há um terreno que precisa ser recuperado. E a gente tem que fazer esse papel. O que não dá é para deixar de combater”, afirmou Beltrame, acrescentando que foram expedidos mais 11 mandados de prisão e 25 de busca e apreensão. Segundo ele, foram apreendidos R$ 60 mil, uma motocicleta e farta documentação da milícia desarticulada hoje.
O vereador Deco foi indiciado em 2003 e 2008 por dois homicídios. Ele também é suspeito de ter planejado a morte da chefe da Polícia Civil, Marta Rocha, à época em que ela era titular da 28ª Delegacia de Polícia, no Campinho, e do deputado estadual Marcelo Freixo (P-SOL), que presidiu a CPI das Milícias.
De acordo com a polícia, o grupo também é acusado de formação de quadrilha, homicídio, ocultação de cadáver, tortura, estupro e furto de sinal de televisão e internet. Além disso, a milícia é suspeita de controle ilegal de fornecimento de gás, transporte irregular e exploração de máquinas caça-níquéis.
Segundo o promotor público de Justiça Décio Alonso Gomes, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público, a investigação começou há um ano e contou com a colaboração de informantes. Cerca de 80 homens participam da operação.
Edição: João Carlos Rodrigues