Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A assessoria da ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, informou que ela não é contra a participação de representantes das comunidades da região de Belo Monte, no Pará, na reunião extraordinária que pretende promover com o consórcio responsável pela construção da Usina Belo Monte.
Maria do Rosário deseja que, nessa reunião, o Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH) discuta com o consórcio os problemas do empreendimento com base nos relatos feitos por moradores do Alto Xingu aos membros do conselho que estiveram na região.
De acordo com nota da secretaria, “em nenhum momento, a ministra se posicionou contrariamente à presença da comunidade”, como publicado anteriormente pela Agência Brasil. Ainda de acordo com a secretaria, essa etapa, de ouvir a comunidade, já ocorreu e a ministra sugeriu encaminhamento posterior.
Hoje, durante a reunião do CDDPH, a ministra ouviu dos conselheiros denúncias de uma situação de "ausência absoluta do Estado" na região do Alto Xingu (PA), onde se localiza o canteiro de obras da Usina Belo Monte.
O diagnóstico de ausência do Estado foi apresentado pelo conselheiro Percílio de Sousa Lima Neto, vice-presidente do CDDPH. Ele participou de uma visita à região onde a usina será construída e denunciou que funcionários do consórcio agem como se fossem "agentes do governo" para "coagir moradores" a abrir mão de suas propriedades para viabilizar a construção da obra.
O conselheiro chegou chamar a região de “terra de ninguém” e disse que há problemas de todas as ordens, entre eles, exploração sexual de crianças e falta de atendimento ás necesdsidades básicas da população.
A ministra quer também que o consórcio responsável pelas obras da usina esclareça se procedem as denúncias feitas pelo conselheiro depois da visita ao empreendimento.
Edição: Vinicius Doria//A matéria teve o título alterado