Da BBC Brasil
Brasília – O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, afirmou hoje (12) que os produtos da região em volta da Usina Nuclear de Fukushima (Nordeste do país) são seguros, apesar dos vazamentos radioativos ocorridos depois do terremoto e do tsunami que atingiram a instalação em março. Kan disse que os níveis de radiação agora estão caindo e que o consumo dos produtos locais são uma forma "de dar apoio à região".
"As pessoas não devem ficar em um estado extremo de comedimento. Devem viver uma vida normal, disse Kan em entrevista coletiva. "Pouco a pouco, os reatores da Usina de Fukushima Daiichi estão se aproximando da estabilidade", acrescentou.
Segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), dados coletados a partir das últimas análises de alimentos mostraram que a contaminação na região estava abaixo dos limites estabelecidos pelo Japão. "Amostras de vários vegetais, frutas, carnes, frutos do mar e leite de oito províncias indicaram que iodo 131, césio 134 e césio 137 não foram detectados, ou então estão abaixo dos valores regulamentados", informou o vice-chefe da Aiea, Denis Flory.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), por sua vez, afirmou que os riscos à saúde em decorrência do acidente não pioraram. "Nossa avaliação de saúde pública é a mesma de ontem [11]", disse o porta-voz da OMS, Gregory Hartl. "No momento, há pouquíssimo risco de saúde pública fora da zona (de evacuação) de 30 quilômetros."
As autoridades japonesas elevaram a gravidade da crise nuclear no país para o nível máximo. A decisão foi tomada depois da medição da radioatividade na Usina de Fukushima Daiichi, segundo informações da rede NHK.
O nível mais alto para acidentes nucleares (7) só havia sido usado anteriormente durante o desastre de Chernobyl, em 1986. Até agora, o grau de gravidade da crise nuclear no Japão estava no nível 5, o mesmo do acidente em Three Mile Island, nos Estados Unidos, em 1979.