Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Um grupo de manifestantes que ocupava desde ontem (4) o escritório regional do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em Novo Progresso, no Pará, deixou o prédio hoje (5) após negociação. Liderados por produtores rurais da região, o grupo protestava contra a Operação Disparada, desencadeada pelo Ibama na última semana para combater a criação ilegal de gado na Amazônia.
Os manifestantes chegaram a enrolar cabos de aço e prender cadeados no helicóptero do Ibama para evitar a ação dos fiscais. De acordo com o Ibama no Pará, a situação já está controlada e o instituto recebeu reforço do Batalhão de Choque da Polícia Militar do estado, que deve continuar na região para dar apoio à operação. A Polícia Federal também foi acionada.
Em apenas uma fazenda da região, o Ibama apreendeu 891 cabeças de gado e aplicou mais de R$ 6 milhões em multas por crimes ambientais. O proprietário também foi autuado em R$ 500 mil por descumprir o embargo à fazenda feito em 2010, que determinava a retirada do rebanho. A fazenda, que era considerada um dos principais alvos da Operação Disparada, continua ocupada por agentes do órgão ambiental.
O diretor de Proteção Ambiental, Luciano Evaristo, disse que a manifestação não altera o cronograma nem os alvos da atuação dos fiscais. “A operação está mantida e será inclusive reforçada para o combate, sem trégua, de qualquer tipo de desmatamento”.
Segundo Evaristo, em nenhuma das outras frentes da operação, houve reação violenta dos produtores autuados até agora. Além de Novo Progresso, o Ibama apreendeu gado em propriedades ilegais nos municípios paraenses de Redenção e São Félix do Xingu. Também houve apreensão em Sinop, cidade de Mato Grosso e em Lábrea, no Amazonas. “Em todas as áreas, a operação se dá com tranquilidade. Novo Progresso é [um município] conhecido pela postura agressiva, influenciada pelos sindicatos de produtores, que manipulam a população contra o Ibama”.
A operação não tem data para terminar. Além do Pará, os fiscais estão atuando em Mato Grosso e no Amazonas. Pelo menos 4,5 mil cabeças de gado criadas ilegalmente já foram apreendidas.
Edição: Lana Cristina//A matéria foi alterada para acréscimo de informações