Da BBC Brasil
Brasília - Uma frota de cerca de 20 barcos de ativistas vem protestando há mais de uma semana na costa da Nova Zelândia contra os trabalhos de perfuração de poços de teste pela empresa brasileira Petrobras.
A Petrobras recebeu no ano passado do governo neozelandês a concessão para verificar a existência de gás natural e petróleo na Bacia de Raukumara, na costa Nordeste do país.
A frota enfrentou na tarde desta segunda-feira (4) o navio Orient Explorer, da empresa brasileira, que iniciou na semana passada os primeiros testes de perfuração na região.
Os ativistas reclamam dos potenciais perigos de contaminação ambiental em caso de vazamentos como o que ocorreu no ano passado em um poço da britânica BP no Golfo do México.
Entre os grupos que participam do protesto estão aborígenes da região Norte da Nova Zelândia, que temem a destruição dos recursos naturais dos quais dependem para sua subsistência.
“Não temos confiança nessa companhia ou no governo quando dizem que nenhum dano ocorrerá ao que nos é caro. Não queremos nenhuma exploração de petróleo ou perfurações nas nossas águas”, afirmou Dayle Takitimu, da comunidade maori Te Whānau-ā-Apanui.
Segundo Steve Abel, porta-voz da ONG ambientalista Greenpeace, um barco do grupo enfrentou o Orient Explorer na tarde da segunda-feira (4) e enviou uma mensagem exigindo a paralisação imediata dos testes na costa neozelandesa.
O capitão do navio da Petrobras teria confirmado o recebimento da mensagem, mas manteve os testes.
“É totalmente temerário que o governo tenha convidado esta indústria para nossas águas, arriscando um desastre que poderia devastar nossa costa e nossa economia”, afirmou Steve Abel, porta-voz do Greenpeace.
Procurada pela reportagem da BBC Brasil, a assessoria de imprensa da Petrobras ainda não respondeu às solicitações de esclarecimento sobre o caso.