Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília – As operações de crédito do sistema financeiro nacional aumentaram 1,3% no mês de fevereiro, tendo atingido R$ 1,738 trilhão, apesar da “desaceleração no ritmo do crédito em geral”. Foi o que afirmou hoje (29) o chefe adjunto do Departamento Econômico (Depec) do Banco Central (BC), Túlio Maciel, ao divulgar o Relatório sobre Política Monetária e Operações de Crédito do Sistema Financeiro do mês.
Ele disse que a magnitude de crescimento do crédito, no mês passado, reflete, em parte, uma base de comparação mais contida, que repercute o impacto de “medidas macroprudenciais” recentemente implantadas. Apesar disso, a expansão em fevereiro foi mais acentuada do que o 0,5% registrado em janeiro, que, tradicionalmente, tem sido um mês mais fraco na tomada de crédito.
A expansão do crédito bancário atingiu o patamar mais alto, de 46,5% em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), soma de todas as riquezas produzidas no Brasil. De acordo com estimativa do BC, o volume de crédito bancário atingiu R$ 3,736 trilhões, nos últimos 12 meses. Do total de créditos, R$ 1,136 trilhão (65,3%) se referem a recursos livres do sistema financeiro e R$ 602,6 bilhões (34,7%) são de recursos direcionados.
Dos recursos livres, R$ 573,1 bilhões foram destinados a pessoas físicas, dos quais R$ 141,6 bilhões em créditos consignados em folha de pagamento, utilizados, principalmente, para aquisição de veículos e crédito pessoal. O saldo de operações com pessoas jurídicas (empresas) soma R$ 562,4 bilhões.
Dos recursos direcionados, a principal parcela, de R$ 363 bilhões, refere-se a financiamentos promovidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e R$ 138,1 bilhões são de crédito habitacional.
A distribuição setorial do crédito mostra que as operações do setor público (União, estados, Distrito Federal e municípios) somam R$ 68,186 bilhões. No setor privado, que corresponde ao restante das operações de crédito, o volume emprestado em fevereiro ficou distribuído assim: indústria (R$ 366,263 bilhões), habitação (R$ 146,369 bilhões), setor rural (R$ 125,614 bilhões), comércio R$ 174,020 bilhões), outros serviços (R$ 296,436 bilhões) e pessoas físicas (R$ 561,230 bilhões), excluídas as transações rurais e habitacionais.
Edição: Lana Cristina