Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Uma série de medidas tomadas pelo Ministério de Minas Energia (MME) pode baratear as contas de luz nos próximos anos, estimou hoje (29) o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do ministério, Altino Ventura Filho.
Durante o 1º Seminário sobre a Matriz Energética, promovido pela Fundação Getulio Vargas, no Rio, o secretário disse que, dentre as medidas, está o uso potencial do bagaço de cana-de-açúcar para geração de energia elétrica, que deve ter a exploração ampliada nos próximos dez anos.
Ventura também citou os leilões de energia elétrica, dos quais participam empresas geradoras de eletricidade e os compradores, que são os distribuidores. "No Brasil, o suprimento de energia se dá partir da competição e se reflete no menor custo possível", afirmou.
Segundo ele, outra forma de baratear os custos, no curto prazo, é a inclusão da Região Norte no Sistema Interligado Nacional. Dessa maneira, os usuários vão receber energia de hidrelétricas e não mais de térmicas, que, além de mais caras, são mais poluentes.
Para incentivar a maior utilização do bagaço de cana na matriz energética, o secretário lembra que o ministério tem políticas de diversificação, que preveem uma participação maior de usinas hidrelétricas. Atualmente, lembrou o secretário, a matriz brasileira ainda é muito dependente do petróleo.
"No nosso plano para os próximos dez anos, 70% do incremento de mercado de energia, vamos atender com hidreletricidade, que é mais competitiva que outras fontes", afirmou Ventura, explicando que, por meio de novas tecnologias, essas usinas causam cada vez menos impactos ambientais.
Os outros 30% de incremento previstos pelo governo devem vir de outras fontes renováveis como as usinas eólicas, em função da vocação da costa brasileira para a formação de ventos e o gás natural, que deve ter a oferta aumentada a partir da exploração de reservas localizadas na área do pré-sal.
Durante o seminário, Ventura disse que, para diminuir o preço da conta luz, também é preciso rever a política fiscal do país, que, em muitos estados, segundo ele, faz com que os impostos tenham uma incidência "desigual".
Edição: Lana Cristina