Universidade da Fronteira Sul preenche maioria das vagas em seu primeiro ano

16/03/2011 - 16h05

Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil

Brasília – No primeiro ano de funcionamento, a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) preencheu grande parte das 4,5 mil vagas disponíveis. Entre os cursos que ela oferece cursos, está o de agronomia, com ênfase em agricologia, aquicultura, pedagogia no campo e engenharia de alimentos, uma vez que 60% da população local sobrevivem da agricultura.

O reitor da instituição, Jaime Giolo, disse à Agência Brasil que a universidade foi criada com o objetivo de atender 396 municípios do sudoeste do Paraná, do oeste de Santa Catarina e do noroeste do Rio Grande do Sul – regiões historicamente desassistidas por políticas públicas.

“A ausência de uma instituição federal ali era sentida há muitos anos”, afirmou Giolo. De acordo com o reitor, as populações atendidas pela universidade são formadas por pequenos agricultores, assentados e indígenas. “Elas ganharam importância econômica em razão das cooperativas.”

O acesso a um dos 42 cursos só é possível por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Como 95% dos alunos vêm de escolas públicas, Giolo afirmou que a instituição estuda com os governos estaduais a proposta de um ensino básico em tempo integral para melhorar o nível dos universitários.

A fase de implantação da UFFS está prevista para ser concluída em quatro anos, com um total de pelo menos 10 mil alunos matriculados. Apesar de ainda estar instalada em prédios alugados ou cedidos por governos estaduais e prefeituras, o reitor garantiu que os espaços para campis definitivos e laboratórios já foram conseguidos. A previsão é que tudo esteja pronto até fevereiro de 2012.

O próximo passo inclui ainda a abertura de cursos de mestrado e doutorado. Dos sete projetos já elaborados, três devem ser apresentados ainda este ano. Todos os 284 professores que lecionam na instituição já concluíram mestrado ou doutorado ou estão com o curso em andamento.

A preocupação atual, segundo Giolo, refere-se à restrição aos concursos públicos em 2011 em razão dos cortes no orçamento. “Se não pudermos abrir concursos, teremos dificuldades.”

A proposta da instituição prevê articular não apenas os três estados brasileiros, mas toda a fronteira Sul, com projetos conjuntos com universidades da Argentina, do Uruguai e Paraguai.

Edição: João Carlos Rodrigues