Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O gerente executivo da Unidade de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, disse hoje (16) que existe certa preocupação por parte das empresas brasileiras que importam de empresas japonesas diante da catástrofe que se abateu sobre o país, ainda que o parque industrial não tenha sido afetado de forma significativa pelo terremoto.
Castelo Branco ressaltou, no entanto, que o episódio ainda é muito recente e, por isso, é difícil mensurar a intensidade de seus efeitos na economia brasileira. Para ele, passado o receio de uma consequência mais grave devido aos problemas com os reatores nucleares, o custo da economia japonesa deverá ser o da reconstrução.
O economista acredita que as perdas na economia japonesa, uma das maiores do mundo, podem trazer efeitos negativos para o Brasil e outros países que têm negócios com empresas japonesas. Ele acredita, apesar disso, que o Japão tem fôlego para uma recuperação a médio prazo. “Evidentemente, que a médio prazo, o Japão vai se recuperar e vai retomar o seu nível de atividade normal”.
Castelo Branco minimizou a preocupação que há no mercado com relação à possibilidade de transferência de capital entre as empresas japonesas e as brasileiras diante da crise. Para ele, nas atuais circunstâncias, o Japão tem excesso de recursos financeiros. “Na verdade, o problema é mais do governo japonês, que terá que reconstruir a infraestrutura, do que das empresas. O único setor empresarial mais afetado, sem dúvida, é o da energia”, disse.
A restrição de energia é um problema maior para os japoneses, no momento, avalia o economista da CNI. E ele acredita que, tão logo a questão seja resolvida, a atividade no país deverá ser retomada. “O dano físico foi na infraestrutura, e muito nas moradias, não nas plantas industriais. Pelo menos, é o que temos conhecimento.”
Edição: Lana Cristina