Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Em campanha pela eleição do ex-ministro extraordinário de Segurança Alimentar e Combate à Fome José Graziano da Silva à direção-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o governo brasileiro apresentou-o hoje (16) oficialmente aos embaixadores estrangeiros que vivem no país. A apresentação ocorreu no Itamaraty, quando Graziano defendeu a erradicação da fome até 2025.
Agrônomo e professor universitário, Graziano foi o encarregado, no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de implantar o Programa Fome Zero. O programa é uma referência internacional de transferência de renda, segurança alimentar e redução da pobreza.
Segundo Graziano, é preciso ir além da Meta de Desenvolvimento do Milênio, que prevê a redução da fome à metade até 2015. De acordo com ele, o objetivo deve ser erradicar a fome até 2025. Para o ex-ministro, a partir disso, é possível avançar em outros setores.
Graziano disse que a erradicação da fome pode ocorrer por meio do desenvolvimento econômico responsável, com o uso sustentável dos recursos naturais e a busca da paz. As propostas de Graziano foram entregues aos embaixadores estrangeiros, de forma resumida, em um folder.
No documento, há uma biografia do ex-ministro, as ações dele como representante regional da FAO para a América Latina e as suas prioridades, caso seja eleito.
De acordo com Graziano, o segundo pilar da sua eventual gestão na FAO será o estímulo à produção de alimentos e à aplicação de medidas que corrijam desequilíbrios temporais entre a oferta e demanda de alimentos causados por condições climáticas ou de mercados. É fundamental ainda, destacou, associar essas medidas à chamada governança global para alimentação e segurança alimentar.
O ex-ministro também defendeu que a FAO se reestruture internamente para conseguir tomar decisões mais rápidas e descentralizadas. Em novembro do ano passado, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou a intenção de indicar Graziano para o posto. A presidenta Dilma Rousseff determinou o encaminhamento da indicação dele em janeiro quando foi oficializada.
A eleição para a FAO ocorrerá no período de 25 de junho a 2 de julho, em Roma. Os 191 representantes estrangeiros no órgão têm direito a voto. Se eleito, Graziano exercerá um mandato de 2012 a 2015.
Na disputa pela direção-geral da FAO, Graziano enfrenta mais cinco candidatos: o ex-chanceler espanhol Miguel Ángel Moratinos, o vice-ministro do Bem-Estar Social da Indonésia, Indroyono Soesilo, o ministro da Agricultura da Áustria, Franz Fischle, o ex-representante do Irã na FAO Mohammed Saeid Noori-Naeini e o ex-ministro de Recursos Hídricos do Iraque, Abdul Latif Jamal Rashid.
Edição: João Carlos Rodrigues