Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O Ministério da Fazenda manteve as projeções de crescimento e de inflação para a economia brasileira em 2011. Segundo o relatório Economia Brasileira em Perspectiva, divulgado hoje (15) pelo ministério, o Produto Interno Bruto (PIB) crescerá 5%, mesmo percentual para a inflação oficial medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
As estimativas são as mesmas apresentadas em janeiro pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, na primeira reunião ministerial comandada pela presidenta Dilma Rousseff. As previsões, no entanto, são mais otimistas que as do mercado financeiro.
De acordo com o boletim Focus, pesquisa do Banco Central com analistas de mercado, a previsão é que a inflação oficial feche o ano em 5,82% e que o PIB cresça 4,1% em 2011. Divulgado semanalmente, o Focus teve a última atualização na segunda-feira (13).
A Fazenda também manteve as estimativas do PIB para os próximos anos. Segundo o relatório, a economia brasileira avançará 5,5% em 2012 e 6,5% em 2013 e 2014. Em relação ao IPCA, o ministério não alterou a previsão de 4,5% no ano que vem.
Para justificar a previsão oficial para a inflação, a Fazenda alega que a inflação vai crescer em ritmo menor nos próximos meses por causa da redução dos preços de diversos alimentos e do fim do impacto do reajuste das tarifas de ônibus e das mensalidades escolares. O corte de R$ 50 bilhões no Orçamento da União também ajudará a conter os preços. “Permanece alguma pressão no setor de serviços, mas que deverá reagir à desaceleração da economia e à redução dos gastos do governo", informou o ministério na publicação.
Em relação ao PIB, o relatório afirma que o crescimento acima de 5% até 2014 é sustentável e impulsionado pelos investimentos. “O País está preparado, portanto, para crescimento acima de 5% entre 2011 e 2014, liderado pelos investimentos e com a inflação sob controle; e para a continuidade do processo de redução do déficit nominal e da dívida líquida em relação ao PIB, permitindo, com isso, a convergência das taxas reais de juros para os níveis internacionais”, afirmou.
O relatório manteve a maior parte das previsões oficiais para a economia brasileira divulgadas em janeiro. O investimento deverá atingir 20,4% do PIB em 2011 e 21,6% em 2012. A participação da classe C saltará de 50% dos domicílios em 2009 para 56% em 2014. Em relação às classes A e B, o percentual passará de 11% para 16% no mesmo período.
As únicas mudanças nas projeções foram nos gastos com pessoal, cuja estimativa para 2011 foi reduzida de 4,67% para 4,5% do PIB. A previsão para a dívida líquida do setor público no fim do ano passou 36,8% para 37,8% do PIB. A última vez que a Fazenda tinha divulgado projeções para esses dois indicadores foi em setembro do ano passado.
Edição: Vinicius Doria