Patriota pede engajamento dos Estados Unidos na questão da reforma do Conselho de Segurança da ONU

10/03/2011 - 14h58

Da BBC Brasil

Brasília - Às vésperas da primeira visita ao Brasil do presidente Barack Obama, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse esperar que o governo dos Estados Unidos apoie a gestão brasileira para a reforma do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Atualmente, o conselho é formado por cinco países, que são membros permanentes, e dez rotativos. O Brasil pleiteia uma vaga permanente.

“[Esperamos que] os Estados Unidos permaneçam engajados em uma reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas e que preveja a inclusão de novos membros permanentes do mundo em desenvolvimento, como o Brasil, a Índia e outros”, disse Patriota, no último dia 4, quando estava na China.

“Não é razoável, nem justificável convivermos com um Conselho de Segurança que parece refletir mais um mundo do século 20 que um do século 21”, acrescentou, em seguida, o chanceler. Ele se referiu à estrutura atual do órgão, que foi criado depois da Segunda Guerra Mundial, nos anos de 1940.

Patriota lembrou ainda que o comércio bilateral entre o Brasil e os Estados Unidos atingiu um recorde pouco antes da crise econômica de 2008, registrando US$ 53 bilhões, tendência que deve ser mantida. “Aumentaram os investimentos brasileiros nos Estados Unidos, foram criados também mecanismos que aproximaram os empresariados dos dois países, de modo que o que está acontecendo é uma evolução natural”, disse o ministro.

De acordo com o chanceler, a visita Obama ao Brasil servirá para ampliar a discussão de várias áreas de interesse comum, como ciência e tecnologia, além da questão da reforma do Conselho de Segurança. “Há poucos dias, estive em Washington para conversas no Conselho de Segurança Nacional e no Departamento de Estado”, informou.

“Nós [ele e as autoridades norte-americanas] conversamos sobre a reforma do Conselho de Segurança, e a mesma pergunta foi feita à secretária de Estado, Hillary Clinton. Ela disse que admira – acho que essa foi a palavra que ela usou – a contribuição do Brasil à promoção da paz e segurança internacional”, acrescentou Patriota.