Folião tem até domingo para desfilar em blocos no Rio

10/03/2011 - 14h27

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - Elaboradas ou improvisadas, as fantasias escolhidas por cariocas e turistas no carnaval dão um show de criatividade. Entre as que fizeram mais sucesso este ano estão as de freiras, mergulhadores, piratas, bailarinas, personagens de desenhos infantis e até de banheiro químico ocupado. Há quem diga que essa mistura de cores e de acessórios é a grande diversão dos blocos, que arrastam multidões pelas ruas do Rio de Janeiro. Quem não participou da festa popular ou quer repetir a dose de folia tem até o próximo domingo (13), quando o grupo Monobloco encerra o carnaval no centro da cidade, para aprontar os adereços ou apenas acompanhar a diversão. O desfile começará às 9h, na Avenida Presidente Vargas.

De acordo com a Riotur, hoje (10) o Voltar prá quê? movimenta as ruas do centro, a partir das 21h; e o Kizomba sai na Vila Isabel, na zona norte, às 18h.

No final de semana, serão 27 blocos - 15 no sábado e 12 no domingo. Entre eles, As Mulheres de Chico, que anima o público apenas com músicas de Chico Buarque, que ocupará o Posto 12, no Leblon, a partir das 15h de sábado, e o Bafafá, que se concentrará no Posto 9 e desfilará por Ipanema, a partir das 17h, no mesmo dia.

No domingo, além do Monobloco, que costuma arrastar uma multidão, os foliões também podem acompanhar o Vai Tomar no Grajaú, que sai pela segunda vez no bairro próximo à Tijuca, zona norte, a partir das 14h. Na Ilha do Governador, no mesmo horário, desfila o Quem Vai, Vai, Quem não Vai não Cagueta. E, numa brincadeira com o famoso Galo da Meia Noite em Recife, sai o bloco Galinha do Meio Dia na Zona Sul, que desfila às 10h no Arpoador, e às 16h na Avenida Delfim Moreira, no Leblon. A lista completa dos blocos pode ser consultada no site http://www.rioguiaoficial.com.br/carnaval/blocosderua.

Para a carioca Rosana Nader, que este ano tocou, pela segunda vez, tamborim no bloco Bangalafumenga, o carnaval de rua do Rio é uma festa única por ser democrática e irreverente.

“É o segundo ano em que toco no Banga e espero retomar a oficina de percussão logo. O carnaval de rua aqui no Rio é maravilhoso, é democrático, as pessoas investem nas fantasias e fazem uma festa sem igual”, afirmou.

A presidente da Associação Independente dos Blocos de Carnaval de Rua da Zona Sul, Santa Teresa e Centro da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro (Sebastiana), Rita Fernandes, também destacou a irreverência dos foliões que acompanham os blocos nas ruas da cidade. Segundo ela, a criatividade traduz o espírito do carnaval carioca.

“Essa é a nossa característica. O povo vai às ruas com fantasias criativas, que fazem sátira aos costumes, ao comportamento. É um espetáculo muito bonito e culturalmente rico”, definiu.

Rita Fernandes acredita que a estrutura da cidade para receber os foliões ainda precisa melhorar. Ela ressaltou, no entanto, que uma festa capaz de levar cerca de 3 milhões de pessoas às ruas sempre precisará de aperfeiçoamento.

“Em uma festa com essa magnitude é difícil que tudo saia perfeito. Podemos planejar melhor para atenuar os problemas. Mas é gente demais e nunca haverá, por exemplo, banheiro suficiente. O que podemos fazer é, por meio de parcerias, oferecer, além dos banheiros públicos e químicos, os privados de bares e restaurantes, os das casas etc. mas o saldo da festa, no entanto, é extremamente positivo”, afirmou.

Além das apresentações dos últimos blocos de rua, o fim de semana também vai ser marcado pelo Desfile das Campeãs, no próximo sábado (12), na Marquês de Sapucaí. De acordo com Heron Schneider, coordenador de vendas da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), os ingressos esgotaram-se hoje (10), às 11h30. As vendas foram retomadas ainda pela manhã e ainda restavam 450 bilhetes para as arquibancadas do Setor 4.

Participam do Desfile das Campeãs as escolas de Samba Imperatriz Leopoldinense, Acadêmicos do Salgueiro, Unidos de Vila Isabel, Estação Primeira de Mangueira, Unidos da Tijuca e Beija-Flor, vencedora do carnaval carioca em 2011.

Edição: Juliana Andrade