Oposição na Líbia indica que se Khadafi deixar o poder, não será criminalizado

08/03/2011 - 12h33

Da Agência Lusa

Brasília – Os líderes da oposição na Líbia anunciaram hoje (8) que não pretendem acionar criminalmente o presidente líbio, Muammar Khadafi, se ele optar pela renúncia e deixar o poder. A decisão foi comunicada pelo o ex-ministro da Justiça, Mustafa Abdeljalil.

"Nós somos, obviamente, a favor do fim do derramamento de sangue. Mas ele [Khadafi] deve demitir-se e depois deveria partir. Nós não vamos iniciar acusações criminais contra ele", afirmou o ex-ministro que dirige o Conselho de Transição, sediado em Benghazi – segunda maior cidade da Líbia e sob poder da oposição.

Abdeljalil afirmou que advogados de Khadafi se ofereceram para servir como intermediários nas negociações com a oposição. "Ele [Khadafi] não enviou ninguém. Algumas pessoas têm se proposto como intermediários para impedir o derramamento de sangue e acabar com o sofrimento a que têm sido submetidos os habitantes de Misrata", disse, referindo-se à terceira maior cidade do país, localizada a 150 quilômetros de Trípoli.

Bara Al Jatib, que também integra o conselho, afirmou que a condição para não prosseguir a criminalização de Khadafi é o seu abandono imediato do poder. De acordo com fontes não oficiais, o líder líbio impôs como condição para sair do poder que o ajudassem a deixar o país, além de não ser perseguido no exterior. Porém, fontes do governo negam as informações.

Paralelamente, os rebeldes e as forças leais a Khadafi se enfrentam na tentativa de ampliar o controle sobre várias áreas do país. A oposição tomou hoje (8) o controle de Zenten, uma cidade a 120 quilômetros a sudoeste da capital Trípoli.

Há relatos de bombardeios em Al Zauiya, a nordeste de Trípoli, uma cidade onde há refinarias de petróleo, e que estava sob controle das forças leais a Kadhafi. Depois de ser cercada por cinco dias, a cidade amanheceu hoje sob ataques mais intensos.