Conselho Nacional da oposição na Líbia se reúne pela primeira vez para pressionar Khadafi

05/03/2011 - 10h24

Da Agência Lusa

Brasília - O Conselho Nacional da Líbia se reúne hoje (5), pela primeira vez, formalmente em um local não revelado. O órgão foi instituído pela oposição para pressionar a saída do presidente líbio, Muammar Khadafi, e preparar uma transição política.  "A primeira reunião formal do Conselho Nacional começa esta manhã", disse o porta-voz, Mustafa Gheriani, sem precisar o local e a hora por uma “questão de segurança".

O ex-ministro da Justiça Moustapha Abdeljalil, que foi dos primeiros membros do regime a ser convidado para se juntar à oposição logo no início da revolta, é o presidente desse conselho de 30 membros, criado no último dia 1º.

A oposição, que controla o Leste da Líbia e algumas das principais instalações de petróleo, anunciou a criação de conselhos locais nas cidades denominadas "libertadas" e de um órgão chamado de "Conselho Nacional" que funcionará como um governo de transição até à organização de eleições livres.

Porém, Khadafi, no poder há quase 42 anos, ainda controla Trípoli, a capital, e o Oeste do país. Ele tem reiterado que não deixará o cargo. Na capital, os militares que se opõem ao regime de Kadhafi estão cercados na Praça dos Mártires, em Zauiya, a 92 quilômetros a sudoeste da capital.

Jamis Khadafi é o filho mais novo dos sete do líder líbio e controla uma das forças especiais do regime que têm como objetivo eliminar a resistência nas proximidades de Trípoli. Após o ataque dos rebeldes ontem (4) à cidade portuária e petrolífera de Ras Lanuf  - a leste de Tripoli -,  as forças leais ao regime voltaram hoje a assumir a iniciativa de recuperar um dos últimos enclaves petrolíferos da costa da Líbia a permanecer nas mãos de Kadhafi.

Há relatos de que ontem, durante os ataques promovidos pelo governo, foram utilizados morteiros, canhões antiaéreos e rockets antiblindagem. As forças leais a Khadafi bombardearam ao entardecer um paiol de munições nas proximidades de Benghazi, matando pelo menos 32 pessoas e causando dezenas de feridos, segundo números provisórios adiantados por fonte médica.