Chávez insiste em intermediar acordo na Líbia e condena intervenção internacional

05/03/2011 - 11h21

Renata Giraldi

Repórter da Agência Brasil

 

Brasília – Diferentemente do divulgado por líderes da oposição da Líbia que anunciaram a rejeição à proposta venezuelana de intermediar um acordo de paz por meio de uma comissão, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou que a sugestão está mantida e que conta com o apoio de vários governos. Segundo ele, serão convidados o ex-presidente Jimmy Carter e a especialista norte-americana em ciência política Jennifer McCoy.

 

"Proponho que seja feito um documento e sejam coletadas assinaturas de intelectuais e personalidades do mundo para desenvolver um amplo movimento na opinião pública internacional", disse Chávez. "Insistimos sobre o respeito pela integridade territorial da Líbia, o Estado líbio e nos sentaremos para conversar por meio de uma comissão, sem a intervenção estrangeira.”

 

Chávez ratificou a proposta durante reunião dos ministros das Relações Exteriores da Aliança Bolivariana para os Povos da América (Alba), em Caracas. Segundo ele, é necessário fazer um “esforço” para buscar “uma solução pacífica” para o conflito na Líbia. As informações são da imprensa estatal da Venezuela, a Agência Venezuelana de Notícias (AVN).

 

De acordo com o presidente da Venezuela, a proposta estabelece o respeito à soberania e à autodeterminação do povo líbio. “Em qualquer situação a nossa intervenção, se assim se pode chamar, é de boa vontade, boa-fé, respeitando a soberania, a autodeterminação do povo líbio e pedindo paz, caminhando sem mais bombas e guerras."

 

Crítico do governo dos Estados Unidos, Chávez afirmou que os norte-americanos querem “aproveitar” os recursos naturais da Líbia. Segundo ele, a onda de protestos pode ultrapassar as fronteiras dos continentes. "As chamas da guerra no Norte de África poderia passar o Mar Mediterrâneo e inculcar Europa convulsionada. Será que os europeus não estão vendo isso?”, reagiu.

 

Em um comunicado, os países que formam a Alba rejeitaram a proposta de intervenção militar na Líbia. "O Conselho Político da Alba rejeita categoricamente qualquer intervenção de força estrangeira, na Líbia e qualquer intenção de explorar [a região]”, diz o texto.

 

Edição: João Carlos Rodrigues