Parentes das vítimas do voo 447 da Air France pressionam e conseguem retomar investigações

05/02/2011 - 11h54

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O presidente da Associação das Famílias das Vítimas do Voo 447 da Air France, Nelson Marinho, disse à Agência Brasil que a decisão da França de retomar, no dia 18, as buscas pelos destroços da aeronave foi motivada pela pressão brasileira. Segundo Marinho, uma ação de abertura de inquérito criminal, definida pela Procuradoria-Geral da República, obrigou os franceses a dar início à quarta iniciativa.

A pedido de Marinho, o governo francês autorizou que as buscas sejam acompanhadas de perto pelos representantes das associações das vítimas do Brasil, da França e da Alemanha. Segundo Marinho, essas pessoas serão “observadoras externas”.

“Esta é uma luta que envolve não apenas as 228 famílias das vítimas, mas, todos, pois não se pode deixar que o caso seja esquecido e fique sem solução”, afirmou Marinho. “Não havia boa vontade nem interesse do governo francês em retomar as buscas, foi a pressão da associação brasileira que motivou o processo.”

O avião da Air France caiu no Oceano Atlântico, em 31 de maio de 2009, e matou 228 pessoas. A aeronave fazia a rota Rio de Janeiro – Paris. Anteriormente três buscas foram feitas, mas não foram encontradas peças nem as caixas-pretas do avião. Dos 50 corpos localizados, 20 eram de brasileiros. No voo havia brasileiros, franceses, alemães, italianos e passageiros de outras nacionalidades.

O ministro dos Transportes da França, Thierry Mariani, disse que a nova operação cobrirá uma área de 10 mil quilômetros quadrados que ainda não foi explorada. A operação está prevista para durar até julho. “O ministro francês reconheceu que como estava [o processo de investigação] não ia bem. Ele prometeu que as coisas vão mudar”, disse Marinho.

A Air France e a Airbus devem financiar as buscas, que vão custar US$ 12,5 milhões (R$ 20,8 milhões). Se a fuselagem for localizada, será lançada uma operação para a retirada dos destroços, financiada pelo governo francês. As operações são supervisionadas pelo diretor do Escritório de Análises e Investigações (BEA, na sigla em francês), Jean-Paul Troadec, que é também responsável pelas investigações.

Edição: Lílian Beraldo