Desemprego fechou 2010 em queda e deve se manter em baixa, prevê diretor do Dieese

27/01/2011 - 13h52

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - A taxa de desemprego no conjunto das sete regiões metropolitanas do país calculada pela Fundação Sistema Estadual de Análise de dados (Fundação Seade) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) encerrou dezembro em queda, passando de 10,6% para 10,1% da População Economicamente Ativa (PEA).

A exceção foi Fortaleza, onde a taxa manteve-se estável com 8,3%, a mesma de novembro. Nas demais capitais houve diminuição: em São Paulo, a taxa ficou em 10,1% ante 10,7%, uma queda de 5,6%; em Salvador, a taxa passou de 14,8% para 13,8% (-6,8%); em Recife (de 13,5% para 12,8%, retração de 5,2%); Porto Alegre atingiu 7,2% ante 7,7%, queda de 6,5%; Belo Horizonte ficou em 7,1% ante 7,5%, redução de 5,3%; e no Distrito Federal a taxa caiu de 13,2% para 12,9%, redução de 4,7%.

O nível de ocupação cresceu mais na região metropolitana de Salvador (2,3%), seguido por São Paulo com 0,9%, Porto Alegre com 0,7%; Fortaleza com 0,4%; Belo Horizonte com -0,1%; Distrito Federal (-0,8%) e Recife (-0,6%).

A indústria foi o setor que mais empregou com 65 mil novos postos em dezembro, uma alta de 2,1%. Em seguida aparece o comércio com 40 mil vagas, número 1,2% acima do registrado em novembro; a construção civil gerou 28 mil postos com crescimento de 2,2%; no setor de serviços houve estabilidade e em outros, onde são contabilizados os empregos domésticos, a variação ficou em 0,7% com 11 mil vagas.

No ano de 2010, a taxa média de desemprego caiu para 11,9% ante 14%, registrada em 2009. O total de desempregados estimados em 2,620 milhões teve redução de 418 mil em relação ao ano anterior. No período foram gerados 765 mil ocupações e 347 mil pessoas ingressaram no mercado.

Em números absolutos, o setor de serviços foi o que mais gerou novas chances (375 mil), 3,7% superior a 2009, seguida pela indústria com 191 mil postos (alta de 6,8%) , comércio com 132 mil (4,3%) e construção civil com 95 mil ( 8,2%).

O economista Sérgio Mendonça, coordenador da pesquisa pelo Dieese, avaliou como muito positivo o desempenho do mercado de trabalho em 2010, ressaltando que “desde 2004 a gente tem visto que a criação de postos de trabalho tem sido maior do que a entrada de pessoas no mercado de trabalho e isso tem refletido em queda do desemprego, o que foi mais marcante ainda em 2010”.

Além disso, conforme destacou ele, “praticamente todos os trabalhos gerados foram com carteira assinada, o que dá proteção social para as pessoas no futuro”.

Ele prevê que em 2011, a taxa de desemprego deva continuar caindo, mas acredita que o ritmo de geração de vagas será menos intenso.

O rendimento no conjunto das sete regiões pesquisadas, em 2010, aumentou em média em 2,3% para os assalariados, registrado valor médio de R$ 1.384. O maior foi apurado no Distrito Federal com R$ 1.990, uma alta de 1% e o menor R$ 849, em Fortaleza, onde houve um reajuste de 0,8%. Já a maior taxa de correção foi registrada em Recife com rendimento médio de R$ 887 ou 11,9% superior a 2009. Em São Paulo, os assalariados ganharam em média R$ 1.422, valor 5% maior do que no ano anterior.

Na região metropolitana de Salvador, os assalariados tiveram um aumento de 4,8% com R$ 1.082; na de Belo Horizonte o valor subiu 4,5% com R$ 1.360 e em Porto Alegre houve alta de 4,1% com R$ 1.340.

Edição: Lílian Beraldo