Firjan: recuperar infraestrutura é fundamental para indústria da região serrana

23/01/2011 - 11h40

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - A regularização da questão da infraestrutura, principalmente no que diz respeito aos acessos às cidades e à comunicação, foi um dos pedidos apresentados ao governo fluminense para reduzir os efeitos da tragédia na região serrana, devastada por fortes chuvas nos dias 11 e 12 deste mês. O documento foi entregue pela Representação Regional da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) no centro-norte fluminense.

A facilidade na obtenção de crédito com prazos mais longos de vencimento para capital de giro e investimento foi outra pioridade apontada pela representação regional da Firjan, que reúne mais de dez  municípios. O presidente da entidade, Vicente Bastos Ribeiro, destacou hoje (23), em entrevista à Agência Brasil, que outras ações necessárias à recuperação da indústria da região estão ligadas ao adiamento da cobrança de impostos federais e estaduais “e, em alguns pontos, até à remissão de alguns deles”.

Vicente Ribeiro destacou que a situação é mais urgente em Nova Friburgo, uma vez  que os danos causados pela tragédia atingiram a cidade na base da economia, diferentemente do que ocorreu em Teresópolis e Petrópolis, onde a parte industrial não foi afetada.

Lembrou que a  indústria representa em torno de 35% do total de empregos de Nova Friburgo. “Você tem que ponderar isso, porque são empregos com valores de remuneração em média maiores do que os outros segmentos em geral. Nós estamos falando da agricultura, do comércio etc. Então, isso é muito importante para a movimentação da economia local”.

Os empregos formais totalizam entre 15 mil e 20 mil vagas na cidade. “Se você multiplica isso por três membros de uma família, são entre 45 mil e 60 mil pessoas, de uma população de 180 mil. Essa é a proporção que se pode fazer em relação ao tamanho do impacto do emprego industrial”.

A participação da indústria de Nova Friburgo no Produto Interno Bruto (PIB) do município é de 40%, informou Ribeiro. As chuvas afetaram principalmente a indústria de confecções. “Então, você tem um efeito mais intenso sobre essa estrutura produtiva do que ocorreu nos municípios de Petrópolis e Teresópolis”.

Ribeiro disse que as ações reivindicadas já estão sendo encaminhadas pelo governo do Rio de Janeiro. Ele destacou que a questão da infraestrutura é essencial para a indústria, “porque o primeiro impacto é muito negativo. Quando você não tem uma comunicação em uma indústria, fica muito difícil receber pedidos, encomendar insumos. A logística da produção fica prejudicada. A comunicação é fundamental em uma operação industrial”, concluiu.

Edição: Graça Adjuto