Piñera promete investigar morte de ex-presidente morto durante a ditadura Pinochet

21/01/2011 - 12h19

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O presidente do Chile, Sebastián Piñera, comprometeu-se a buscar esclarecimentos sobre a causa da morte do ex-presidente Eduardo Frei - que governou o país de 1964 a 1970. Há suspeitas de que Frei tenha sido envenenado, em 1982, por agentes ligados ao ex-presidente Augusto Pinochet, que comandou a ditadura militar chilena no período de 1973 a 1990. O governo Pinochet é apontado por historiadores como um dos mais cruéis da América Latina.

“O nosso governo vai fazer o que for necessário e irá colaborar em todas as frentes a fim de esclarecer de uma vez por todas as circunstâncias da morte de Eduardo Frei”, afirmou Piñera, durante cerimônia na sede do governo chileno, em Santiago. As informações são da Presidência da República do Chile e da agência de notícias Telam.

Em seguida, o presidente falou sobre o legado de Frei. “[O ex-presidente Eduardo Frei foi] um homem que deixou sua marca, de forma clara e, sem dúvida, foi um dos grandes cidadãos do nosso país.”

Piñera venceu as últimas eleições presidenciais ao concorrer com o senador Eduardo Frei Ruiz-Tagle, filho do presidente Frei. Apesar das divergências políticas, o parlamentar agradeceu a decisão do presidente. "O compromisso do presidente parece muito oportuno e fundamental para que de uma vez por todas se esclareça a verdade”, disse Frei Ruiz-Tagle.

O presidente ressaltou ainda que Frei foi um chefe de Estado à frente do seu tempo pois promoveu a reforma educacional no Chile, ao ampliar o ensino obrigatório para até oito anos. Também foi o responsável pela criação do Ministério da Habitação e pela regularização do processo de reforma agrária no país.

"Conheci seu magnetismo, seu carisma, sua liderança, sua inteligência aguçada e seu humor sem limites”, afirmou Piñera, referindo-se a Frei. Segundo ele, o presidente morto ainda hoje é referência política no Chile. “Um dos mais importantes e mais influentes na formação de muitas pessoas em nosso país. Uma pessoa que não passou sem ser percebida.”

 

Edição: Lílian Beraldo