Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, demonstrou confiança na retomada do diálogo entre representantes do Irã e do P5+1 (que reúne Grã-Bretanha, China, França, Rússia, Estados Unidos e Alemanha). As reuniões estão agendadas para os dias 21 e 22, em Istambul, na Turquia. Para Hillary, a reação da comunidade internacional condenando o programa nuclear iraniano e impondo sanções foi positiva. Mas ainda há um “longo e desafiador” caminho a percorrer.
“A mobilização da comunidade internacional ao impor sanções muito duras faz a diferença”, disse a secretária, em entrevista coletiva concedida ontem (12). “Estamos de volta com as negociações do P5 +1, que foram interrompidas por mais de um ano. Esse é um caminho muito longo e desafiador”, disse, segundo informações do Departamento de Estado norte-americano.
Para parte da comunidade internacional, o Irã esconde a produção de armas nucleares nos projetos contidos no programa desenvolvido no país. Por essa razão, desde junho de 2010, uma série de sanções – principalmente nas áreas econômica e comercial – foram impostas ao Irã. A reação foi liderada pelos Estados Unidos e avalizada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Porém, os governos do Brasil e da Turquia tentaram intermediar um acordo para a troca de urânio enriquecido com o Irã. A medida visava a atenuar as restrições ao governo iraniano. O então presidente Luiz Inácio Lula da Silva viajou até Teerã (no Irã) para articular o texto do acordo.
Pela proposta, o Irã enviará urânio levemente enriquecido a 3,5% para a Turquia e no prazo de até um ano receberá o produto, em menor quantidade, enriquecido a 20%. Mas a sugestão não foi aceita como um acordo pela maior parte da comunidade internacional.
Na entrevista coletiva que concedeu, Hillary mencionou ainda as relações com a China. Segundo ela, o governo do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pretende estabelecer uma nova etapa nas relações com a China. De acordo com a secretária, o desafio é definir uma “rota pacífica” com os asiáticos.
“Nosso desafio, como líderes americanos, é traçar uma rota pacífica com a China. Não só olhar os nossos interesses, mas reconhecer que é muito melhor ter uma relação positiva e de cooperação com a China do que algo baseado em hostilidade e antagonismo”, disse Hillary.
Edição: Talita Cavalcante