Serra quer discutir valores no segundo turno

07/10/2010 - 20h03

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, disse na noite de hoje (7), em seu comitê de campanha, em São Paulo, que pretende propor uma discussão sobre valores no segundo turno. Para ele, os dois candidatos (ele e Dilma Rousseff) devem discutir cinco temas relacionados a valores: liberdade, solidariedade, honestidade, justiça e verdade.

"Nesta campanha a gente deve aproveitar o debate do segundo turno para ajudar a nascer um Brasil com valores claros. Quais são esses valores? A verdade, a honestidade, a solidariedade, a liberdade, a justiça. Esses são valores essenciais. E creio que os candidatos devem debater essas questões ao lado de questões como emprego, educação, saúde, economia. Ao lado dessas questões materiais, que são fundamentais, nós devemos também debater valores", disse ele, após ter cancelado, em cima da hora, um evento no bairro do Tatuapé, na capital paulista, onde faria uma inspeção veicular. Foi o terceiro evento previsto em agenda desmarcado pela campanha do candidato hoje.

Serra voltou a falar nesta quinta-feira ser contrário ao aborto, mas disse respeitar as posições contrárias a dele. "O problema que há é o seguinte: nós temos nossas crenças pessoais. Tenho a minha, que sempre foi contra o aborto. Há pessoas que são a favor do aborto. O que está agora em questão, nesta campanha, não é apenas ser contra ou a favor. É a mentira de quem é a favor e que, de repente, diz que é contra por motivos eleitorais. Isso é o que está errado. Cada um tem suas crenças e a gente deve respeitar a crença das pessoas."

Sobre a possibilidade de receber apoio do PV e da candidata Marina Silva no segundo turno, Serra disse ver "afinidades" entre os dois partidos (PV e PSDB), principalmente nos programas ambientais, mas que não fará pressão para que isso ocorra. "Parece-me impróprio pressionar um partido. Eles têm lá seus critérios, sua decisão. Não creio que seja apropriado, no meu caso, pressionar o PV ou qualquer outro partido."

Edição: João Carlos Rodrigues