Paraenses enfrentam fila de quato horas para tirar segunda via do título

30/09/2010 - 17h57

Pedro Peduzzi
Enviado especial da Agência Brasil

Belém - O calor de 36 graus e a fila de mais de 500 metros não foram suficientes para afugentar os paraenses que querem tirar a segunda via do título de eleitor, na Central de Atendimento aos Eleitores do estado. “Teve gente que chegou aqui às 22h de ontem”, disse à Agência Brasil o agente de segurança da central Eudo Mamede.

Às 13h, Silvane Medeiros Teixeira, de 25 anos, tinha acabado de receber a segunda via do título. “Cheguei aqui às 8h”, disse ela. O sacrifício, no entanto, foi motivado apenas pela obrigatoriedade do voto. “Se dependesse de mim, não votaria em ninguém. É tudo farinha do mesmo saco”, afirmou.

Diferente dela pensa Edilson Alves da Silva, de 43 anos. “Quero contribuir para o pleito eleitoral”, disse. “Vale a pena encarar essa fila porque exerço o meu direito de cidadão e porque vou contribuir para o bem do meu país, ja´que votarei em quem tem as melhores propostas”, acrescentou.

O grande número de pessoas que deixaram para tirar a segunda via do título na última hora rendeu bons lucros para Luciane Barros, de 39 anos. Ela fez do porta-malas do carro uma lanchonete, onde vendia água, refrigerante, café com leite e salgadinhos. “Cheguei aqui às 6h e já havia uns 400 metros de fila. Vendi mais de 300 garrafas de água, todos os refrigerantes, cinco garrafas térmicas cheias de café com leite e praticamente todos os salgadinhos”, disse ela.

Segundo a coordenadora da Central de Atendimento ao Eleitor, Elisabete Pacheco, o movimento aumentou muito desde a última terça-feira (28). “Em três dias foram entregues mais de 8 mil títulos. Ontem foram 2,7 mil e hoje certamente serão mais de 3 mil. A forma como a lei foi divulgada, dizendo que não se vota sem o título e outro documento com foto, deixou todo mundo preocupado”, acrescentou a coordenadora.

Edição: Nádia Franco