Jobim defende diálogo com o Irã

09/02/2010 - 14h53

Lísia Gusmão
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro daDefesa, Nelson Jobim, defendeu hoje (9) o diálogo com o Irã, quedecidiu enriquecer urânio a 20%, provocando forte reação dacomunidade internacional. Jobim criticou o que chamou de “radicalizações”e sinalizou que o Brasil poderá manter o apoio ao Irã. “O Brasilnão é contra ninguém. Nós temos a tradição de resolver ascoisas no diálogo”, ponderou.Ele explicou que o enriquecimento de urânio a 20% é necessáriopara a fabricação de fármacos e alimentos, enquanto o procedimentoa 5% serve para a produção de energia elétrica, o que também éfeito na Usina de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro.Questionado se o Brasil deveria comprar a briga emfavor do Irã, o ministro rebateu: “Não sei se seria a favor doIrã ou a favor de nós.”Apesar das mudanças em seu programa nuclear, opaís aposta na manutenção do apoio brasileiro. Em entrevista àAgência Brasil, o embaixador do Irã no Brasil, MohsenShaterzadeh, disse que cabe à Agência Internacional de EnergiaAtômica (Aiea) inspecionar o programa nuclear de seu país e que opresidente Mahmoud Ahmadinejad não quer fechar as portas àsnegociações para a compra de combustíveis de outros países. Shaterzadeh ressaltou que ainda que mantémconfiança no apoio brasileiro, embora não tenha conversado com oministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, sobre as mudanças.“Não vimos razão para conversar com o ministroCelso Amorim, mas o presidente Lula certamente tem convicção de queo programa nuclear [do Irã], assim como o brasileiro, temfins pacíficos”, disse o embaixador. “Nós acreditamoscompletamente no Brasil. Temos interesses comuns, e nenhum paíspoderia intervir para desfazer essa colaboração.”