Alencar diz não ter ilusão de que solidariedade a ele se transforme em votos

02/02/2010 - 0h27

Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O vice-presidente da República, José Alencar, disse hoje (2) ter consciência de que as manifestações de apoio pela sua luta contra o câncer não serão convertidas em votos nas próximas eleições.“Sou consciente de que todo esse apreço que tenho recebido em toda parte por onde passo advém da solidariedade num momento em que tenho lutado com uma moléstia pesada, que é o câncer. Não tenho a ilusão de que isso se revele em votos na próxima eleição”, disse no discurso de abertura dos trabalhos do Legislativo, no plenário da Câmara. “Se tivesse esse pensamento, confesso que estaria preparado para receber 100% dos votos”, brincou.Entretanto, o vice-presidente disse que ainda é cedo para dizer se vai ser candidato nas próximas eleições. "Estamos animados, mas por enquanto é cedo. Não somos ainda candidatos. Estamos apenas ouvindo amigos, companheiros, lideranças. Mas estamos bem."Alencar defendeu a candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, à Presidência nas eleições de outubro. Disse que será a continuidade do trabalho iniciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Eu acho que vai ser bom para o Brasil em todos os sentidos. Os brasileiros desejam que o trabalho realizado pelo presidente Lula continue. E ela é a segurança da continuidade desse trabalho".Quanto à possibilidade de o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), concorrer à vice-presidência na chapa com Dilma Rousseff, Alencar disse que essa é uma questão que será decidida entre os candidatos e os partidos. "Tenho o maior apreço por ambos", disse.Alencar disse estar tranquilo e repetiu que não teme a morte. “Se Deus quiser me levar agora, não precisa de câncer para isso. E se ele não quiser que eu vá, não há câncer que me leve. E tudo indica que ele não quer me levar agora”, afirmou. O vice-presidente lembrou de quando era senador e ainda agradeceu ao presidente Lula por ter lhe dado oito anos de Vice-Presidência. “Ninguém vota no vice, vota no titular. Sou consciente de que sou vice graças à eleição do Lula”, disse.