É preciso equilibrar relações de participação e representação na sociedade, diz professora

31/01/2010 - 12h47

Mariana Jungmann
Enviada especial
Salvador - O Brasil precisa começar uma nova discussão sobre o papel do governo após o neoliberalismo na opinião da professora da Universidade de Pernambuco Tânia Bacelar, que participou hoje (31) do painel Estratégias de Governança, no Fórum Social Mundial Temático da Bahia. Segundo ela, durante o período neoliberal se questionava se devíamos adotar um modelo de governança sem governos. Agora, que houve a decisão por manter os governos, o questionamento deve ser sobre qual a função deles. “O papel do governo não é apenas garantir o uso da violência. O papel do Estado é sim regular a vida social e garantir os direitos essenciais. Por isso, defendemos o Bolsa Família. Enquanto não tiver emprego, cabe sim ao estado tirar dinheiro de uns para dar a outros”, defendeu Tânia. O modelo de democracia adotado pelo país também passa por um momento de revisão. Para a professora, os novos conselhos consultivos que foram criados ampliam a influência da sociedade nas decisões de governo e isso indica que as pessoas querem participar mais. “O que a gente vive hoje é uma crítica à democracia representativa. É a nossa insatisfação com os mecanismos colocados apenas na democracia representativa. Procuramos um termo que combine melhor democracia representativa com democracia participativa”, afirmou a professora.