Não existe espaço político para mudança drástica na economia, diz Meirelles

29/01/2010 - 14h01

Daniel Lima e Gislene Nogueira
Repórteres da Agência Brasil e da TV Brasil
Brasília e Davos - O presidente do Banco Central, Henrique Mirelles, disse hoje (29) que acha normal uma certa apreensãodos investidores diante do ano eleitoral. Mas ele minimizou a situaçãoe afirmou que não existe espaço políticopara uma mudança drástica de política econômica. Meirelles está em Davos, na Suíça, para participar do Fórum EconômicoMundial. “Não há duvida deque existe sempre uma preocupação. É normal, em qualquer país do mundo, pois sempre sediscute o que o próximo governo vai fazer e se vai manter ou não”,disse .Em Davos, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, apresentou aos empresários dados mostrando que existe no paísausteridade monetária, responsabilidade fiscal eprogramas sociais que ajudaram a criar uma base para aumento doconsumo.“Tudo isso fez comque hoje boa parte da aprovação do governo tenha se dado peloaumento da renda, pela preservação do poder de compra pela inflaçãobaixa, do aumento da classe média, da criação de empregosformais”, afirmou Meirelles.No entender de Meirelles, não existe mais nenhumadúvida que o Brasil tem crescido com estabilidade. “Hoje, não existemais esse lema, que existia no Brasil entre estabilidade ecrescimento. Temos crescimento com estabilidade e acredito que tenhapouco espaço de mudança do ponto de vista político, inclusive”,concluiu. Segundo ele, os indicadores econômicos mostram um cenário de estabilidade neste ano. Meirelles disse que a relação dívida liquida dosetor público pelo Produto Interno Bruto (PIB) deve ficar próxima de 40% no final do ano que vem, abaixo dos 43% registrados em 2009. Essa relação superou o nível de 60% nas eleições de 2002, causando grande turbulência na época.  Meirelles disse ainda não terdúvidas de que a meta desuperávit primário de 3,3% do PIB previstapara este ano será cumprida. Essa é a economia feita para pagar os juros da dívida pública e estabilizar a relação dívida/PIB.“Com um superávit primário de 3,3% do PIB, a nossa projeção é teruma queda na relação entre a dívida e o PIB em 2010. Assim chegaremos no nível pré-crise internacional, entre 40% e 41% no final de2011, mantidas todas essas condições.", disse. O presidente do BCdisse ainda que o processo de redução da dívida públicadeve continuar no próximo governo.