Jirau antecipará geração de energia em quase três anos

29/01/2010 - 14h40

Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Usina Hidrelétrica de Jirau antecipará em 34 meses o prazo para iniciar ageração de energia e acrescentará mais duas turbinas às 44 previstaspara a obra. Para antecipar a conclusão da usina, a concessionáriaEnergia Sustentável do Brasil (ESBR) está aumentando de 20 mil para 23mil o número de trabalhadores contratados. A antecipação foianunciada ontem (28) pelo presidente da ESBR, Victor Paranhos, e porrepresentantes da empresa responsável pela obra, a Camargo Corrêa,durante a assinatura do termo de compromisso de geração com energiaassegurada máxima. “Acreditamos que nossos investimentos vãoresultar em ganhos. Por esse motivo, estamos contratando mais 3 miltrabalhadores, que se juntarão aos 20 mil que já estão diretamenteenvolvidos com a obra”, disse hoje (29) Paranhos, em entrevista à Agência Brasil. Segundoele, a ESBR já contava com a possibilidade de antecipar o cronograma,para iniciar a entrada de receita na contabilidade da empresa,compromisso assumido com os acionistas. “O prazo inicial,previsto para 2016, já era desfiador, e ficou mais difícil por causa dademora para obtenção da licença de instalação, o que acabou atrasando aobra em cerca de 60 dias. Decidimos, então, optar por um cronograma maisagressivo, para recuperar tempo e entregar o prometido aos acionistas eao governo”, disse Paranhos. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) havia determinado que a usina deveria gerar 1.975,3 Megawatts (MW), em setembro de 2015. No entanto, a previsão da ESBR é de que a usina entregue 2.045,7 MW de energia até dezembro de 2012. Ao antecipar a geração de energia, a ESBR teráliberdade para vendê-la da forma que melhor convier, desde que respeite osprazos definidos pelo leilão. “É o mercado que vai definir o preço detudo, o que a gente antecipar em relação ao mercado cativo previsto pelogoverno no leilão”, observou o presidente da concessionária. O mercado cativo envolve os grandesconsumidores de energia, na maioria empresas de grande porte. Para essemercado, o custo de energia não pode superar R$ 71,40 o MW/h. Paranhos explicou, ainda, que a inclusão de mais turbinas, chegando a 46, vai aumentar a capacidade instalada da usina. “Issovai gerar mais 150 MW de capacidade instalada [potência máxima emregime contínuo para o qual a usina foi projetada], o que dará 60 MWmédio de energia assegurada [o limite de contratação da usina, definidopelo Operador Nacional do Sistema e pela Aneel]”.Segundo ele,as duas turbinas representam um investimento de R$ 300 milhões a mais, porenvolverem também gastos com obras civis, equipamentos de monitoramentoe hidromecânicas. “Achamos que o resultado [desses investimentos] serápositivo porque o custo de obra será mais barato, por causa do novolocal que foi definido para a usina [IIha do Padre]”, explicou opresidente da ESBR.Paranhos acrescentou que a energia que será produzidapelas duas novas turbinas poderá ser vendida nos próximos leilões deenergia a ser comprada pelas distribuidoras. “Teremos preço maiscompetitivo para vender essa energia excedente”, avalia. “Nossaexpectativa é a de, com as duas turbinas, vendermos algo superior a50 MW médio.”