Impeachment de Arruda continua parado na Câmara do DF depois de quase 20 dias

29/01/2010 - 19h52

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Câmara Legislativa do Distrito Federal encerra a convocaçãoextraordinária sem dar andamento àscomissões por onde passarão os pedidos de impeachment contra ogovernador José Roberto Arruda (sem partido), apontado como o chefe dosuposto esquema de corrupção, investigado pela Operação Caixa dePandora, da Polícia Federal. Oficialmente, a convocação termina nopróximo domingo (31).Nenhum dos procedimentos prévios para que o processo de cassação de Arruda andasse foi encaminhado. Apauta da convocação, em ato do presidente em exercício Cabo Patrício(PT), previa eleição do presidente, vice e relator da Comissão deConstituição e Justiça (CCJ) e da Comissão Especial, ambas responsáveispor analisar o impeachment. Porém, nada disso foi feito. A comissão parlamentar de inquérito (CPI), criada para investigar o supostoesquema, também caminhou a passos lentos neste mês. O presidenteinterino da comissão, Batista das Cooperativas (PRP), adiou hoje (29), pela segunda vez,a escolha do novo presidente da CPI, no lugar de Alírio Neto (PPS), quedeixou o posto depois de sair do bloco partidário (PMDB -PPS), o quelhe garantia a vaga na comissão. O argumento de Batista foi a falta daindicação de um novo membro para a vaga aberta com a saída da deputada distritale ex-secretária de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda,Eliana Pedrosa (DEM), comunicada ontem (28). No pouco tempo que esteve àfrente da CPI, Alírio, ex-secretário de Justiça de Arruda, chegou aencerrar a comissão com base em interpretação de decisão judicial. A atitude de Alírio teve reflexos negativos na opinião pública e dentro do PPS, partido ao qualé filiado, e Alírio recuou, afirmando que não pôs fim a CPI. A vaga foi preenchida por Geraldo Naves (DEM), também aliado de Arruda. Os requerimentos aprovados pela CPI para ter acessocompleto ao inquérito da Caixa de Pandora que tramita no SuperiorTribunal de Justiça (STJ) e de convocação dos diretos e donos dasempresas, de onde sairia o dinheiro do esquema, não andaram.O depoimento do ex-secretário de Relações Institucionais do DF, DurvalBarbosa, autor das denúncias, também não ocorreu e foi adiado, a pedidode Durval.  A Câmara também está sem o novo presidente, osubstituto de Leonardo Prudente (sem partido) que teve que renunciar, depois de ser flagrado colocando dinheiro de supostas propinas nas meias, ainda não foi escolhido. A eleição deveria ter ocorrido na quarta-feirapassada (27), mas Patrício terminou com a sessão depois de lerdenúncia, publicada no blog de um conhecido jornalista, de que Arruda estaria pagando R$4 milhões a cada deputado que o absolvesse do impeachment. A assessoriade imprensa do governo do DF, em nota, negou a acusação. Adecisão de Patrício irritou os governistas que tentaram encontrar umabrecha para reabrir a sessão, mas acabaram desistindo da ideia. A basealiada ao governo é maioria na Câmara e deve retomar a presidência naCasa. Alguns dos cotados são Wilson Lima (PR), Eliana Pedrosa (DEM) eRaimundo Ribeiro (PSDB). A partir de segunda-feira (1º), a Câmara dá início aos trabalhos oficiais de 2010.