MST diz que prisão de militantes em São Paulo foi show eleitoral

27/01/2010 - 17h23

Luana Lourenço
Enviada Especial
Porto Alegre - Umdos coordenadores nacionais do Movimento Nacional dos TrabalhadoresRurais Sem Terra, Gilmar Mauro, disse hoje (27) que a prisão de noveintegrantes do movimento ontem (26) no interior de São Paulo foiilegal e faz parte de um “show em período eleitoral". Mauroafirmou que os trabalhadores presos não se negaram a prestardepoimentos ou colaborar com o processo e por isso a prisão preventivanão se justifica. “Estão todos à disposição da Justiça e infelizmenteas prisões vieram, a nosso ver, num gesto típico de tentar fazer showem período eleitoral”, disse hoje após participar de um evento no FórumSocial Mundial. Os nove integrantes do MST foram presos nosmunicípios de Iaras e Borebi, no interior de São Paulo. Entre os presosestão uma vereadora de Iaras e um ex-prefeito, filiados ao PT. Ospresos são acusados de participar da ocupação da Fazenda Cutrale,produtora de laranjas, em outubro de 2009. Aversão do MST é que a terra utilizada pela empresa para produzirlaranjas é grilada e a ocupação pretendia forçar a apropriação da terrapelo governo para posterior destinação à reforma agrária. “Aquiloé terra pública. A Cutrale está tentando através do plantio de laranjajustificar o grilo naquela região. Tivemos que fazer uma ocupação paraque o Estado arrecade uma propriedade que é sua e que está sendoutilizada por grandes grupos e onde já deveria ter sido feito um assentamento há muito tempo.”Maurodisse que não acredita que a prisão dos militantes já seja uma respostado governador de São Paulo, José Serra, às declarações do líder do MST,João Pedro Stédile, de que os movimentos sociais farão campanha contraele nas eleições presidenciais de outubro. “Nãosei se está diretamente relacionado. O fato é que em São Paulo há umaação clara do governador contra qualquer ocupação do MST. Há, por parteda polícia e da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, oprocedimento de enfrentar e de bater, de criminalizar os movimentossociais.”Amanhã (28), o MST vai organizar um ato de protestodurante o Fórum Social Mundial para denunciar a criminalização dosmovimentos sociais.