Metade das lan houses da capital fluminense é informal, mostra pesquisa

27/01/2010 - 13h44

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A informalidade é aprincipal característica do mercado de lan houses no Rio deJaneiro, constatou pesquisa divulgada pela Riosoft, agente doprograma federal Softex no estado, em parceria com o Serviço deApoio às Micro e Pequenas Empresas fluminense (Sebrae/RJ). Lanhouses são estabelecimentos que oferecem serviços deinformática e jogos eletrônicos.

A pesquisa abrangeu obairro de Copacabana, o centro do Rio de Janeiro e a comunidade daRocinha, em São Conrado. Segundo o levantamento, 50% dos negóciossão informais. O diretor executivo da Riosoft, Benito Paret, dissehoje (27) à Agência Brasil que a situação é ainda maispreocupante na Rocinha. “A gente percebeu que das 50 lojas naRocinha, 100% estão na informalidade, não são legalizadas.”

Estima-seque existam no Brasil cerca de 3 mil empreendimentos desse tipo, querespondem pela geração de 7 mil empregos. Benito Paret afirmou queas lan houses têm uma grande dificuldade para se legalizar,principalmente se estão em áreas de comunidades carentes. “Vocênão tem endereço na favela”, destacou.

Paretobservou que outra grande dificuldade para se iniciar um negócioformal em uma comunidade carente são os altos custos. “Tem quepagar impostos maiores”. Ele ressaltou, entretanto, que, embora osimpostos sejam um entrave, a maior dificuldade é o perfil desse tipode empresa.

Noscentros urbanos, as lan houses que atendiam a classe médiaacabaram sofrendo um esvaziamento, devido à redução do preço doscomputadores e à oferta maior de conexão à internet. “Essascoisas começaram a tornar o acesso mais fácil para as pessoas. E anecessidade de uma lan house ficou muito menor para a classe Ae B. Sobram as classes C, D e E, que têm mais dificuldade”,afirmou o diretor executivo, ao citar as classes que mais frequentamesses estabelecimentos.

Oestudo da Riosoft revelou que o principal serviço prestado pelas lanhouses atualmente é o acesso à internet, que respondepor 30% do total, além de jogos em rede e gravação de CD ou DVD.Paret salientou a importância desses estabelecimentos nascomunidades carentes, uma vez que, além de serem um centro deserviços, funcionam como espaço de convivência. “É um pontoonde os jovens se encontram e se reúnem.”

Nouniverso pesquisado pela Riosoft e pelo Sebrae/RJ, 66,2% das lanhouses têm até três anos de funcionamento, 73,3% apresentam ganhosanuais de até 100 salários mínimo e pagam em média R$ 517 mensaisa seus empregados.

Oconceito de lanhousefoi difundido inicialmente na Coreia do Sul em 1996 e chegou aoBrasil dois anos depois.