Indígena peruano pede saída da Petrobras de reserva na Amazônia

27/01/2010 - 14h16

Luana Lourenço
Enviada Especial
Porto Alegre - O líder indígenaHenderson Hualinga, da Associação Interétnica de Desenvolvimentoda Selva Peruana, pediu hoje (27), durante o Fórum Social Mundial,em Porto Alegre, a saída da Petrobras de uma área de exploraçãode petróleo em uma região de floresta situada no noroeste do Peru. “Na região do Lote117 [na fronteira Peru-Equador-Colômbia], os povos quechua estãodizendo bem claro que não querem a Petrobras. Ali é uma reservanatural e nós queremos nosso território são”, disse, em umdebate sobre sustentabilidade. Segundo Hualinga, aempresa brasileira explora petróleo em uma área concedida pelogoverno peruano sem consultar os povos indígenas que vivem naregião.“O governo peruanotem entregado nossos territórios a empresas multinacionais, porquelá estão o petróleo, a madeira, todos os recursos que nós temos.O governo não nos considera e não nos respeita, por isso faz todotipo de negócio com nossa terras sem nos consultar. As empresasexploram e deixam para nós a contaminação e as enfermidades.” A Petrobras não se pronunciou sobre o assunto.Hualinga tambémdenunciou a perseguição de líderes indígenas da Amazônia peruanapor causa da defesa dos interesses dos povos tradicionais da região.“A mobilização tem tido um custo alto para nós, com morte deindígenas e de policiais, nossos compatriotas. E há amigos exiladosna Nicarágua porque são perseguidos por defender a sobrevivênciado povo peruano.”A entidade vaiaproveitar o FSM para fazer um abaixo-assinado pedindo a volta dosexilados indígenas ao Peru.