Presidente eleito de Honduras negocia com República Dominicana para receber Zelaya

25/01/2010 - 12h52

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A dois dias de assumir o governo de Honduras,o presidente eleito Porfírio “Pepe” Lobo negocia reservadamentecom o presidente da República Dominicana, Leonel Fernández, aconcessão de salvo-conduto e título de hóspede para o presidentedeposto, Manuel Zelaya. A interlocutores, Zelaya  teria semanifestado favorável ao acordo e disposto a deixar a Embaixada doBrasil em Tegucigalpa (capital hondurenta) – onde está abrigado háquatro meses.Porém, correligionários de Zelaya questionamparte do acordo. Para eles, a negociação pela concessão desalvo-conduto deixam em segundo plano as discussões sobre o golpe deEstado – ocorrido em 28 de junho de 2009 quando o presidente foideposto – e eventuais punições aos responsáveis pelo ato.Ospartidários de Zelaya também reclamam que o acordo referendará aseleições, de novembro do ano passado, nas quais “Pepe” Lobosaiu vitorioso. Para eles, o acordo entre os governos de Honduras eda República Dominicana indicaria ainda o reconhecimento comolegítimo o futuro governo de “Pepe” Lobo. Atésexta-feira, o governo brasileiro não havia sido comunicadooficialmente sobre as negociações referentes ao acordo. Mas oassessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, MarcoAurélio Garcia, sinalizou à Agência Brasil que o governobrasileiro pode rever a posição de reconhecer a eleição de “Pepe”Lobo após reunião do Grupo do Rio (formado por chanceleres da AméricaLatina) , no mês que vem, para debater o tema.Ogoverno brasileiro não reconhece como legítimas as eleições queelegeram “Pepe” Lobo porque existiriam dúvidas sobre o cenáriopolítico em Honduras, considerando que houve um golpe de Estado quedepôs Zelaya. Para as autoridades brasileiras, o presidente depostodeveria ter retornado ao poder e transmitir o cargo ao sucessordepois de amanhã (27).Zelaya foi deposto por uma açãoorganizada por integrantes das Forças Armadas, da Suprema Corte e doCongresso Nacional sob comando do presidente de facto, RobertoMicheletti. Para o Brasil, o governo Micheletti não é legítimo.