Piñera chama oposição para fazer no Chile governo baseado em política de acordos

25/01/2010 - 15h40

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Uma semana depois de eleito presidente do Chile, Miguel SebastiánPiñera, da coligação Alianza, apelou para que a oposição, derrotada no último dia17, participe de um governo de coalizão em favor dos chilenos. Aoposição é liderada pela Concertación, coligação da atual presidenteMichelle Bachelet, cujo candidato, o senador e ex-presidente EduardoFrei, perdeu para Piñera. O presidente eleito, que defende uma “política de acordos”, fez o apelo baseado emuma experiência anterior no Chile: eleito em 1989, depois de 17 anos de gestão do ditador Augusto Pinochet, Patricio Alwin, da Concertación, buscou unir as forças políticas em torno de ações comuns.Segundo Piñera, apenas uma “política de acordos” será capaz de tiraro Chile da lista de países subdesenvolvidos e incluí-lo na relação dosdesenvolvidos e sem pobreza. “Hoje queremos uma democracia de acordospara transitar de um país subdesenvolvido, com muitas desigualdades, aum país desenvolvido e sem pobreza. E assim chamamos a reviver ademocracia dos acordos”, disse ele.No entanto, o chamamentode Piñera pode não surtir os efeitos desejados. O presidente doPartido Comunista e deputado eleito, Guillermo Teillier, pediu aospartidos que integram a oposição a Piñera que se unam em uma frente“ampla e firme” contra o futuro governo.Piñera derrotou Frei naeleição considerada a mais disputada da história política do Chile. No segundo turno, ele ficou com 51,6% dos votos contra48,3% dados ao candidato governista, de centro-esquerda. Cada voto foidisputado. Piñera venceu com o discurso da mudança erenovação.Sua eleição abriu uma série de debatesno Brasil, uma vez que Michelle Bachelet, assim como o presidente Luiz Inácio Lula daSilva, tem aprovação popular acima de 80%. Para setores da política, avitória de Piñera demonstra que governantes com elevado índice depopularidade não conseguem necessariamente transferir votos para os candidatos que apoiam.Oassessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, MarcoAurélio Garcia, rechaçou as comparações entre os cenários políticos doBrasil e Chile. Segundo ele, são situações distintas e não têmrelação alguma.