Fórum Social Mundial quer unidade nas propostas e mobilização permanente

25/01/2010 - 14h22

Isabela Vieira
Enviada Especial
Porto Alegre - Adefesa da unidade de propostas da sociedade e da mobilizaçãopermanente das organizações sociais marcaram as discussões de aberturado Fórum Social Mundial (FSM), hoje (25), na capital gaúcha. Osorganizadores do evento falaram sobre os desafios e avanços doencontro, que completa dez anos, e acirraram as críticas contra o neoliberalismo.Um dos principais líderes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, destacouo papel do fórum diante do enfraquecimento do neoliberalismo, após acrise financeira internacional, que desarticulou mercados e exigiu aintervenção dos Estados. Para o ativista, o fórum precisar serfortalecido como espaço de mobilização.“Continuamos comuma hegemonia total do capital, precisamos derrotá-lo. Vivemos em umasituação em que a maioria dos governos continua de direita, inclusiveem Porto Alegre, onde nasceu o Fórum Social Mundial”, ressaltou.“Temosque aprofundar a discussão com os movimentos sociais, com a sociedadecivil para romper com a essa sociedade hegemônica”, completou arepresentante do Fórum Social Europeu, Raffaella Bollini. "Como uma redeque tem ideias para salvar o mundo, temos que colocá-las em prática.”Ao defender uma mudança de consciência individual e a articulação em torno de temas comuns, oempresário Oded Grajew destacou a necessidade da “mobilizaçãoconstante, para que as propostas do fórum se transformem cada vez maisem políticas públicas".O coordenador do Instituto Brasileiro deAnálises Econômicas e Sociais (Ibase), Cândido Grybowski, falou sobre aformação de uma “consciência global”, forjada também nos dez anosde fórum. “O mais importante é desemperializar nossas cabeças para umasolução global”, reforçou ao destacar a importãncia da rotatividade doevento, que passou também pela Índia, Venezuela, Quênia, nos últimos dez anos, e voltou ao Brasil em 2009, na edição de Belém (PA).Oex-governador do Rio Grande do Sul Olívio Dutra (à frente do governo nasprimeiras edições do FSM) também avaliou que diante do novo cenáriosócio-econômico, o desafio de repensar seu papel é ainda maior para oFórum Econômico Mundial, realizado anualmente em Davos,  na Suíça,contra o qual o fórum social também se articula.“Depois dacrise, que levou por água abaixo o discurso do estado mínimo, eles têmque repensar o que irão fazer. Nós, o FSM, não precisamos fechar parabalanço, mas precisamos construir uma unidade”, afirmou.OSecretário de Relações Internacionais da Central Única dosTrabalhadores (CUT), João Felício, também aproveitou para cobrar oaprofundamento das análises sobre o fórum econômico. “Não vejo naimprensa um artigo, uma reportagem falando sobre o fórum de Davos.”