Deputado nega ter determinado fim de CPI que investiga corrupção no DF

25/01/2010 - 17h14

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O deputado Alírio Neto(PPS) negou hoje (25), em plenário, que tenha determinado, na últimaquinta-feira (21), o fim da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI)que investiga o suposto esquema de corrupção no Distrito Federal.Alírio disse que encerrou apenas os trabalhos daquele dia. Segundo ele, as notas taquigráficas e asgravações da sessão comprovam sua afirmação."Tenho sido erroneamenteatacado pelos órgãos de imprensa. Foi uma decisãoefetivamente confusa. Não tenho interesse em colocar nada para debaixo do tapete", disse Alírio. No dia da sessão,Alírio, presidente da CPI, anulou a comissão alegando que cumpria determinação judicial que pedia o afastamento de distritais, suspeitos de envolvimento no supostoesquema de pagamento de propina, da análise dos processos de impeachment do governador JoséRoberto Arruda (sem partido) e que também tornava nulo "todo ato deliberativo jápraticado, no qual houve a interferência direta ou em que foramcomputados votos dos deputados que agora terão de ser afastados".Alírio alegou que osdistritais afastados tinham assinado ato de criação da CPI e, assim, acomissão estava anulada, conforme interpretação da liminar. “Ésó usar um pouquinho de inteligência e perceber, claramente, que acomposição da CPI foi baseada no exercício do mandato dessaspessoas”, afirmou o distrital na última quinta-feira (21), após a sessão.Ainda na semana passada, aoser questionado por jornalistas se o encerramento da CPI poderia servisto como manobra da base governista para impedir as investigaçõesdo suposto esquema de propina, Alírio respondeu que a “manobra erado juiz”.No dia seguinte, o juizda 7ª Vara de Fazenda Pública do Distrito Federal, Vinícius SantosSilva, autor liminar, afirmou que não havia autorizado o fim daCPI. Ele afirmou que sua determinação recaia apenas sobre a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e aComissão Especial, responsáveis por analisar os pedidos deimpeachment do governador."A decisãoestá dirigida ao reconhecimento de nulidade dos atos praticadosespecificamente nas comissões do processo de impedimento dogovernador. Não encontro possibilidade racional, séria, de seinterpretar extensivamente o que decidido para alcançar situaçõesoutras, não descritas nos autos", aponta o magistrado.Alírio foi aindaconvocado pela direção nacional do PPS para dar explicações sobre aextinção da CPI.Dos cinco integrantesda CPI, somente o petista Paulo Tadeu, que faz oposição ao governo Arruda,foi contrário ao fim da comissão durante a sessão da última quinta-feira (21).O parlamentar argumentou que a decisão do juiz não atingia a CPI,pois tratava apenas do impeachment.