Copom inicia nesta terça-feira primeira reunião de 2010

25/01/2010 - 20h05

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O colegiado dediretores do Banco Central (BC) que compõem o Comitê de PolíticaMonetária (Copom) realiza amanhã (26) e depois (27) a primeira dasoito reuniões programadas para este ano, com vistas a definir a taxabásica de juros, também chamada de taxa Selic porque é o indicadorque remunera os títulos públicos depositados no Sistema Especial deLiquidação e Custódia.Instituído em junho de1996, o Copom tem o objetivo de estabelecer as diretrizes de políticamonetária e de definir a taxa de juros, nos mesmos moldes do FederalOpen Market Committee (Fomc) do Federal Reserve (Fed, Banco Centraldos Estados Unidos) que, por coincidência, também se reúne destavez nos mesmos dias para avaliar a manutenção dos jurosnorte-americanos entre 0% e 0,25%.Aqui também aexpectativa dos analistas financeiros é de que a taxa Selic sejamantida. Só que em um patamar bem mais alto, de 8,75% ao ano, comovigora desde julho do ano passado. Trata-se, porém, do nível maisbaixo de juros da história do Copom. Lá, como aqui, as atençõesmaiores são em relação às notas emitidas depois das reuniões eàs atas, que podem emitir sinalizações de futuras alterações napolítica monetária.Interessa aosinvestidores saber quando a Selic começará a ser alterada. É vozquase unânime entre os analistas pesquisados pelo BC, todas assextas-feiras, que a taxa de juros necessitará de elevações aolongo de 2010 para controlar a inflação, que começou o ano acimadas expectativas. Eles estimam aumento da taxa para 11,25% atédezembro, de acordo com o boletim Focus divulgado hoje pelo BC.A grande interrogaçãoé quanto ao momento mais adequado para se iniciar o apertomonetário, o que não deve ocorrer pelo menos nas duas primeirasreuniões do ano – a segunda será nos dias 16 e 17 de março. Issoporque, de acordo com sinalizações anteriores do Copom, a taxa de8,75% é consistente com o cenário de inflação controlada, comoestá atualmente, além de contribuir para a retomada nãoinflacionária da atividade produtiva. A pesquisa Focus do BCé feita com uma centena de analistas do mercado e de instituiçõesfinanceiras, e a maioria deles acredita que o momento mais adequadopara a retomada das altas será no segundo trimestre do ano; maisprecisamente na reunião dos dias 27 e 28 de abril, como apostam oseconomistas-chefes dos bancos Fibra e Schahin, Maristella Ansanelli eSílvio Campos Neto, respectivamente.A reunião do Copom édividida em duas sessões. Na primeira, amanhã, os chefes dedepartamento do BC e o gerente-executivo de Relações comInvestidores apresentam análises da conjuntura doméstica comoinflação, nível de atividade, evolução dos agregados monetários,finanças públicas, mercado de câmbio, reservas e avaliaçãoprospectiva das tendências de inflação e variáveismacroeconômicas.Da segunda sessão,quarta-feira, participam só o presidente e diretores do BC, todoscom direito a voto, além do chefe do Departamento de Estudos e Pesquisas (Depep), sem voto. Os diretores de Política Monetária ede Política Econômica analisam as projeções para a inflação efazem recomendações para a taxa de juros de curto prazo, em seguidatodos os diretores se manifestam e apresentam eventuais propostasalternativas.