Congresso analisa envio de mais militares brasileiros ao Haiti

25/01/2010 - 16h08

Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A comissãorepresentativa do Congresso Nacional discute, neste momento, odecreto legislativo que determina o aumento de 1.300 para 2.600homens do contingente militar brasileiro no Haiti. Se for autorizado,o Brasil enviará de imediato, 900 militares, que já estãopreparados para embarcar. Desse total, 750 são do BatalhãoInfantaria e 150 fazem parte da Polícia do Exército.Quatrocentosmilitares ficarão no Brasil de prontidão, para que se possa fazer orevezamento da participação brasileira na Missão das NaçõesUnidas para a Estabilização do Haiti (Minustah).O governofez o pedido de aumento do contingente brasileiro no Haiti na semanapassada. Os ministros Nelson Jobim, da Defesa, e Celso Amorim, dasRelações Exteriores, defenderam a necessidade de aumentar apresença brasileira no país, devastado pelo terremoto do últimodia 12. De acordo com os ministros, as tropas brasileirasreforçariam os trabalhos de assistência humanitária, resgate deferidos e assistência médica e contribuiriam para aumentar asegurança no país, atribuição do Brasil dentro da Minustah.Odecreto legislativo não conta com apoio da unanimidade dosparlamentares. O senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA), por exemplo,manifestou-se, há pouco, contra o envio de mais militares ao Haiti. "Consideramos que a elevação do contingente brasileiro deveser significativa para que o Brasil possa reforçar sua atuação noterreno e manter participação decisiva no esforço de assistênciaao Haiti", disse ele, acrescentando, porém, versos de umacanção de Gilberto Gil e Caetano Veloso: “Eu sou contra porque oHaiti é aqui”. Para Cafeteira, o Brasil não está emcondições de ajudar, e sim de ser ajudado. Ele citou como exemploas inundações que ocorreram recentemente em São Paulo, MinasGerais e Santa Catarina. “Vejo meus irmãos brasileiros morrendo, enão se dá uma palavra sobre isso.”O senador InácioArruda (PCdoB-PE)rebateu a argumentação de Cafeteira, citando todatrajetória de exploração do Haiti. “O Haiti não é aqui”,afirmou Arruda.A proposta de envio de mais militares ao Haiticonta com parecer favorável do relator, deputado Mauro Benevides(PMDB-CE), que ressaltou o caráter urgente e grave da situação nopaís caribenho após o terremoto.